Ceia diferente Peru de Natal deve perder lugar para o frango Crise acerta a ceia natalina, onde a troca de produtos tradicionais está sendo esperada pela Abras, já que itens aumentaram preços

Por: Thatiana Pimentel

Publicado em: 19/11/2015 08:48 Atualizado em: 19/11/2015 09:55

Apesar da aparente "troca" dos preferidos da ceia, a perspectiva do setor é de um aumento de vendas de 10,4%. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Apesar da aparente "troca" dos preferidos da ceia, a perspectiva do setor é de um aumento de vendas de 10,4%. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press
Cerveja, refrigerante, frango, panetone e frutas secas. Estas são as grandes apostas dos supermercados neste fim de ano pelo que indica a Pesquisa Natal 2015 divulgada nesta semana pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Segundo o estudo, itens mais tradicionais como vinhos, bacalhau, peixes e o próprio peru não devem atrair os consumidores como em anos anteriores.

O motivo para isso fica claro uma vez que estes itens estão entre os com maior aumento nos últimos 12 meses, principalmente os vinhos importados (24,3%). Apesar da aparente “troca” dos preferidos da ceia, a perspectiva do setor é de um aumento de vendas de 10,4%, fator que indica estabilidade no período, uma vez que o faturamento do Natal de 2014 cresceu 10%.

“Levando-se em conta o momento difícil da economia brasileira, esperar um Natal estável (0,4%) é ser otimista. Acreditamos que a tradição das festas impulsione o consumo. As encomendas das empresas do setor para a indústria e demais fornecedores continuam, mesmo em volumes menores”, destaca presidente do Conselho Consultivo da Abras, Sussumu Honda.

Segundo ele, quanto aos produtos típicos de Natal, o setor espera, por exemplo, que as vendas nominais de frutas frescas cresçam 17% no período, mas como seus preços variaram 13,2% no ano, o crescimento real esperado é de 3,4%. “Como era de se esperar, com o aumento do dólar, os produtos importados ficaram mais caros, como vinhos, espumantes e bacalhau, e isso fará o consumidor recuar na quantidade”, revela.

Para Edivaldo Guilherme dos Santos, presidente da Associação Pernambucana de Supermercados (Apes), o mercado local está com as mesmas apostas, com exceção às frutas secas, item não tão típico nas mesas nordestinas que, aqui, são substituídos por frutas frescas como maçã, pêra e uva.

“Além disso, muitas empresas de grande apelo no Nordeste como a Mauricéia e a Nato já têm seus “frangos especiais” e eles deverão ser os mais procurados neste ano, pois muita gente vai querer economizar no peru”, afirma. Santos revela também que as carnes suínas, como bisteca e paleta, deverão seguir o mesmo caminho e ganhar lugar de destaque na ceia local. “Cada um vai fazer a substituição que melhor couber no seu bolso, isso inclui na substituição dos vinhos pelas cervejas e cidras”, completa.

Filipe Torres, gerente de vendas do grupo RM, acrescenta ainda que os preços da maioria dos produtos de Natal sofreu um aumento médio de 10% a 15% no ano, mas não deverão passar por novas remarcações até, pelo menos, 20 de dezembro. “Apesar dessa alta nos valores, esperamos um crescimento de 15% a 20% nas vendas do período, principalmente com o complemento das cestas e kits natalinos, que variam de R$ 45,90 a R$ 3.129 e já estão sendo comercializados nas lojas.”

A rede Walmart também mostra-se otimista e espera um aumento de 27% nas vendas do queijo do reino, alta que deve ser a mais expressiva do período. A exemplo da pesquisa da Abras, o grupo também aposta no crescimento das vendas de aves e suínos natalinos não tradicionais, com expectativa de um incremento acima de 10%.

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