Contra plano de desinvestimento Petroleiros discutem próximos passos da luta em defesa da Petrobras e do pré-sal Hoje, um grupo de petroleiros se reuniu na área de desembarque do Aeroporto Internacional de Brasília, no Distrito Federal, e protestou na chegada de vários senadores

Publicado em: 04/08/2015 10:16 Atualizado em: 04/08/2015 10:20

Representantes da FUP e sindicatos de petroleiros protestaram conta venda de ativos da Petrobras. Foto: FUP/Divulgação
Representantes da FUP e sindicatos de petroleiros protestaram conta venda de ativos da Petrobras. Foto: FUP/Divulgação
Mais de 70 petroleiros de vários estados brasileiros estão reunidos em Brasília, nesta terça-feira, no Conselho Deliberativo Ampliado da Federação Única dos Petroleiros (FUP) para definir os próximos passos da campanha em defesa da camada do pré-sal e contra o plano de desinvestimentos anunciado recentemente pela Petrobras. O encontro começou ontem e se estenderá até a próxima sexta-feira. Hoje, um grupo de petroleiros se reuniu na área de desembarque do Aeroporto Internacional de Brasília, no Distrito Federal, e protestou na chegada de vários senadores. 

O encontro vai debater diversas atividades que definirão as novas estratégias de luta da categoria para barrar a venda de ativos em curso na estatal, o que para a classe significará a desintegração do Sistema Petrobras. A FUP e seus sindicatos vinculados têm denunciado os efeitos do plano de desinvestimentos aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras, que pretende colocar à venda 57,7 bilhões de dólares em ativos e reduzir em 76 bilhões de dólares os investimentos e despesas. Essas medidas, além de reduzir em cerca de 30% o patrimônio da maior estatal brasileira, significarão demissões em massa e cortes de direitos, segundo a FUP, como já vem acontecendo com trabalhadores do setor naval e da construção civil e petroleiros terceirizados. 

Outra importante frente de luta da FUP tem sido barrar o Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 131, de autoria do senador José Serra (PSDB/SP), que quer tirar a Petrobras da função de operadora única do pré-sal e acabar com a obrigatoriedade legal que garante a participação da empresa em pelo menos 30% dos campos exploratórios. Se o projeto passar pelo Senado, diz a FUP, será o início do desmantelamento do modelo de partilha de produção, que garante ao estado brasileiro parte do petróleo produzido no pré-sal. Além do PLS 131, o PSDB tem ainda outros dois projetos em curso na Câmara e no Senado para alterar a legislação que regulamentou a exploração do pré-sal.

Ontem, os trabalhadores debateram o atual cenário político, a partir da exposição de Antônio Augusto de Queiroz, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Ele ressaltou a complexidade do momento, tanto do ponto de vista político, quanto econômico e institucional, destacando as dificuldades dos sindicatos e movimentos sociais em despertar a sociedade sobre os riscos que o país sofre com o avanço da direita. “Estamos vivendo um ambiente de total apatia da população, de desalento e desesperança frente à avalanche de más notícias, que diariamente é despejada pela mídia, com claro intuito de pregar o caos e de sangrar o governo”, declarou.

“Soma-se a isso uma correlação de forças desfavorável para os trabalhadores, tanto no Congresso, quanto no próprio governo, que colocou em seus ministérios representantes do mercado financeiro, do agronegócio, da indústria e do comércio”, alertou Queiroz. Para ele, a disputa dos petroleiros contra a entrega do pré-sal e contra os desinvestimentos anunciados pela Petrobras é uma luta que depende eminentemente da capacidade de reação e de organização da categoria. “É preciso que os sindicatos e movimentos sociais tenham a clareza de que cabe muito mais a vocês do que ao governo evitar que o mercado avance não só sobre o pré-sal e a Petrobras, como também sobre os direitos trabalhistas e as conquistas sociais”, alertou.

Os sindicatos ainda avaliaram positivamente a greve de 24h realizada pelos petroleiros no último dia 24 e apontaram a necessidade de um movimento mais contundente para barrar a venda de ativos e desinvestimentos da Petrobras. Nos próximos dias, o Conselho Deliberativo da FUP discutirá um novo calendário de lutas e os rumos da campanha reivindicatória.

Com informações da FUP


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