Os desafios de Porto de Galinhas Serviços oferecidos por informais na praia e na vila e transporte irregular incomodam os turistas que visitam praia

Por: Rochelli Dantas - Diario de Pernambuco

Publicado em: 30/08/2015 12:36 Atualizado em:

 (Serviços irregulares oferecidos vão desde pacotes de passeios às piscinas naturais a mesas em barracas (DA Press: Rafael Martins))
Mesmo em tempos de crise econômica, a praia de Porto de Galinhas é um dos principais atrativos turísticos de Pernambuco. No primeiro semestre deste ano, o destino recebeu mais de 55 mil turistas por meio da CVC, considerada a maior operadora de viagens das Américas. Apesar do grande potencial de atração turística, no quesito atendimento, a praia ainda possui muitos desafios a cumprir. A atuação de informais em diferentes áreas é uma das principais queixas dos visitantes.

“Desde que estacionamos o carro já fomos abordados por duas pessoas para nos oferecer serviços. Ainda pagamos a mais por isso”, afirmou o eletricista Carlos Henrique José, recifense que se deslocou até a praia para passar o dia de folga com amigos. O casal paulista Max Brenner e Franciele Cezarone também se disse incomodado com as abordagens no centro de Porto. “O assédio é grande. Se tivesse mais postos de informações acho que seria um ponto a favor e poderia até inibir esta atuação”, sugeriu Brenner.

A abordagem a turistas na vila de Porto de Galinhas é proibida pelo decreto municipal 22/2011, porém, a prática é corriqueira. Os serviços oferecidos vão desde pacotes de passeios as piscinas naturais a mesas em barracas. A presença de transporte irregular também incomoda. “Os clandestinos abordam o turista na vila, baixam o preço e roubam o cliente. Eles não possuem um treinamento, nem autorização para circular”, conta o bugueiro Cristiano José Araken.

De acordo com o presidente da Associação dos Bugueiros de Porto de Galinhas, Valdir Cavalcanti, são 82 motoristas irregulares circulando no local. “Desde 2007 que tentamos combater esses piratas. Para ter o TP (termo de permissão) nós, anualmente, apresentamos laudo técnico, antecedentes criminais, participamos de reciclagem, andamos fardados e só abordamos os clientes nos pontos de venda. Mas os piratas continuam circulando. É uma concorrência desleal e perigosa pois eles não têm treinamentos e já aconteceram acidentes”, diz.

Os jangadeiros, responsáveis pelos passeios às piscina naturais, também se dizem prejudicados. “Há sete anos, adotamos a fila única, justamente para não assustar o turista, mas os clandestinos continuam fazendo isso. Muitos vendem o passeio às piscinas naturais mas levam o turista para outra área”, contou o presidente da Associação dos Bugueiros de Porto de Galinhas, Valdir Cavalcanti.

De acordo com a diretora de Turismo de Ipojuca, Ana Cristina Moraes, a prefeitura do município está realizando uma série de ações para melhorar o atendimento ao turista. “Intensificamos as fiscalizações com relação aos bugueiros. Apenas os que possuem o TP poderão circular. Também tivemos uma reunião com os jangadeiros e iremos realizar capacitações com esses profissionais em áreas que foram, inclusive, indicadas por eles”, enfatizou.

Com relação aos chamados garçons de praia, profissionais que abordam os transeuntes na vila e os levam até as palhoças localizadas na beira da praia e por isso recebem comissões, a diretora explica que está sendo realizado um levantamento desses profissionais para que seja traçado um diagnóstico. “O objetivo é acabar com a abordagem, que é ilegal. O diagnóstico será finalizado no final do mês, e a partir daí definiremos a forma de atuação. Inicialmente, faremos uma conscientização de que eles precisam estar na praia e não na vila. Os barraqueiros passarão a ser responsabilizados por essas pessoas”, ressaltou Ana Cristina.

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