Economia criativa Marco da Moda deslancha após três anos de atraso Incubadora deixará de ser um projeto no dia 10, com inauguração de espaço na Rua da Moeda e vai reintegrar algumas empresas da primeira fase

Por: Thatiana Pimentel

Publicado em: 28/07/2015 09:17 Atualizado em:

Finalmente um equipamento impulsionador da economia criativa em Pernambuco sairá do papel. Após três anos caminhando a passos lentíssimos, o Marco da Moda será inaugurado de forma plena no dia 10 de agosto, na Rua da Moeda, Bairro do Recife. Criado em 2012 pelo Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e Confecções em Pernambuco (NTCPE), o projeto integra a primeira incubadora de moda do Nordeste brasileiro e tem custo orçado em R$ 1,2 milhão.

O problema com a incubadora é que, no meio do caminho, houve uma mudança de endereço e a parceria com a Petroquímica Suape, que deveria investir junto com a Secretaria estadual de Desenvolvimento Econômico (SDEC) o valor da reforma, ficou congelada. Agora, o dinheiro foi liberado e a ordem é correr com as obras, ainda incompletas, e relançar a incubação, com a possibilidade de reintegração das 13 empresas que passaram pelo processo pela primeira vez.

“O Marco começou na Rua da Moeda, mas depois ficou definido que ele seria instalado na Estação Cultural Senador José Ermírio de Moraes, em Piedade, que era bem aquém das nossas necessidades. Começamos a lutar para o Marco voltar à Rua da Moeda, mas para isso tivemos que paralisar as reformas da casa de Piedade e reestruturar todo o projeto para conseguir liberar as verbas”, explica Edilson Tavares, diretor-presidente do NTCPE.

Liberação

A burocracia, unida à escassez de verbas da secretaria  destinadas a projetos de economia criativa em Pernambuco, que começaram a sumir desde 2013, acabou emperrando as obras e contratações necessárias para a operacionalização do equipamento. No início de 2015, porém, o dinheiro foi liberado. Foram investidos cerca de R$ 400 mil na reforma e compras de máquinas e agora mais R$ 830 mil com a reformulação.

A nova incubação começa com 25 vagas, mas 13 estão reservadas às empresas que passaram pela primeira turma. “Como esses empreendedores acreditaram na incubadora de moda mesmo quando ela estava incompleta, vamos priorizar esses negócios agora”, afirma Fredi Maia, diretor de gestão estratégica do Marco. A promessa é que, dessa vez, a incubação ofereça assessoria para plano de negócios, consultoria financeira, de marketing, jurídica, de planejamento, treinamentos e participação em feiras, rodadas de negócio, workshops, material de divulgação e exposições temáticas.

Com 1,2 mil metros quadrados, o prédio tem sala de incubação para até 42 empresas, salas de reuniões, terraço para eventos, salão multiuso com quase 400 metros quadrados e sala de inteligência com acesso liberado para pesquisas de mercado.

Serviços não foram cumpridos
Todos os serviços constavam também nos benefícios oferecidos para a primeira turma, mas nem 50% deles foram cumpridos. Karina Leão, que foi uma das empreendedoras selecionadas em 2012, já aceitou participar de novo do processo, mas adianta que prefere não alimentar grandes expectativas dessa vez. “Iniciamos alguns cursos, mas nada foi até o final. Só que isso não me fez desistir. Quero tentar novamente e aproveitar tudo que não tive a oportunidade da primeira vez”, afirma.

Ela levará à segunda incubação sua marca de fardamentos personalizados. “Percebi que existe uma demanda natural do mercado por fardamentos que tenham um toque de moda, tecidos, estampas e modelagens mais atuais e casuais”, detalha. A expectativa de Karina com a incubação é conseguir dar volume ao projeto.

Já Cacau Batista, também selecionada em 2012, afirma que a passagem pela primeira incubação foi traumática. “Achava que iria aprender todo o passo a passo para a construção de uma empresa e que, com a incubação, não tinha como errar. Infelizmente, isso não ocorreu e acabei com vários problemas sem solução e dívidas”, relata.

Apesar disso, a empreitada a ajudou a repensar o negócio e agora ela se sente mais preparada para aproveitar o processo. “Vou voltar para a incubação com um novo projeto e espero conseguir aprender mais sobre a estrutura de uma empresa, a produção das peças, os fornecedores, a divulgação e onde buscar apoio financeiro”, adianta.

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