Paralisação no INSS Governo garante apresentar proposta formalizada para servidores em greve hoje Ministro Carlos Gabas informou que será realizada hoje uma nova reunião onde ele apresentará uma proposta formal (documentada) em relação aos itens discutidos

Por: Augusto Freitas

Publicado em: 30/07/2015 08:27 Atualizado em: 30/07/2015 10:46

Servidores de braços cruzados há 20 dias em Pernambuco aguardam fim do impasse.Foto: Sindsprev-PE/Divulgação
Servidores de braços cruzados há 20 dias em Pernambuco aguardam fim do impasse.Foto: Sindsprev-PE/Divulgação
A esperança dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em greve há 20 dias em Pernambuco, e há 24 em todo o Brasil, completados nesta quinta-feira, continua. Ontem, dirigentes da Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social no Estado de Pernambuco (Sindsprev-PE), da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS) e da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (FENASPS) reuniram-se com o ministro da Previdência Social, Carlos Gabas,  a presidente do INSS, Elisete Berchiol e o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Sérgio Mendonça, para tentar uma solução para o impasse.  

O encontro discutiu as reivindicações dos servidores do INSS e, após as explanações e argumentações dos representantes da categoria e do governo federal em relação à pauta de reivindicações, o ministro Carlos Gabas informou que será realizada hoje uma nova reunião onde ele apresentará uma proposta formal (documentada) em relação aos itens discutidos. Os dirigentes do Sindsprev-PE, José Bonifácio e Luiz Eustáquio, disseram que existe a possibilidade de avanços em relação à Gratificação de Desempenho de Atividade do Seguro Social (GDASS), jornada semanal de 30 horas, progressão funcional e formação de um comitê para reestruturação das carreiras.

“Esperamos que agora tenhamos avanços na proposta formal que será apresentada pelo governo hoje. Estamos confiantes e, ao mesmo tempo, atentos para continuar lutando até chegarmos à vitória”, concluiu Luiz Eustáquio. Enquanto a paralisação não dá sinais de solução, em Pernambuco dirigentes do Sindsprev-PE e servidores permanecem visitando as agências para manter o pique da paralisação e ampliar a adesão, que atualmente abrange cerca de 90% dos 1,6 mil servidores em todo o estado. Atualmente, 63 das 65 agências do INSS em todo o estado estão sem expediente.

Entenda a paralisação
De acordo com o Sindsprev-PE, a categoria pede um reajuste salarial de 27,5%, que entraria em vigor imediatamente, seguido de aumentos gradativos durante os próximos quatro anos. Ainda na semana passada, o Ministério do Planejamento ofereceu 21,3%, parcelado pelos próximos anos. Três pontos importantes, entre outros da pauta geral, chamam atenção, segundo o Sindsprev-PE.

“O governo propôs um corte de 50% na gratificação da aposentadoria, o que, em muitos casos, representa uma redação de até 40% nos rendimentos. Com isso, alguns servidores terão que esticar a carreira até os 70 anos. Em relação aos novos servidores, não há um plano de cargos e carreiras e, sem perspectiva de crescimento no quadro, muitos acabam realizando outros concursos, o que diminui o número de trabalhadores e aumenta a carga de trabalho. Por último, o índice oferecido pelo governo nos próximos quatro anos, o que não condiz com a realidade atual, onde a inflação vem apresentando sucessivos aumentos”, explicou José Bonifácio.

Ele destacou que desde 2012 não ocorre paralisação no órgão, uma vez que as negociações com o Governo Federal vinham se arrastando. Segundo o Sindsprev-PE, nenhuma reivindicação foi atendida desde então. “As medidas do ajuste fiscal proposto pelo governo tem causado severas consequências e há casos de falta de segurança e tentativas de assalto em agências do interior. Como o governo vem ignorando a questão, não houve alternativa que não fosse a greve por tempo indeterminado”, pontuou o dirigente.

Pauta
De acordo com Sindsprev-PE, o Ministério do Planejamento propôs um reajuste de 21,3%, escalonado em quatro anos, da seguinte forma: 5,5% em 2016, 5% em 2017, 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019. Para o sindicato, esse reajuste não repõe a inflação acumulada nos últimos anos e o governo não apresentou resposta para as outras reivindicações da campanha salarial. Eles reivindicam um reajuste salarial de 27,5% e melhores condições de trabalho.

A decisão de negar a proposta do governo foi aprovada por unanimidade pelos dirigentes presentes na Plenária Nacional dos Sindicatos Federais da Confederação. Estiveram presentes representados dos estados de Sergipe, Maranhão, Alagoas, Paraíba, Pernambuco, São Paulo, Bahia, Goiás e Distrito Federal. Por enquanto, as lideranças da confederação estão dialogando com as bases sobre as medidas que foram tomadas e os rumos da greve.

Resposta
Sobre a paralisação dos seus servidores nos estados, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) divulgou mais um balanço, ontem (29). Veja na íntegra:

“Sobre a paralisação dos seus servidores em algumas Unidades da Federação, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), informa:

1) O INSS tem empreendido todos os esforços no sentido de orientar as unidades e a Central de Teleatendimento 135 no que se refere às providências de reagendamento para os segurados que não estão sendo atendidos devido ao movimento de paralisação dos servidores. Esse reagendamento, de modo geral, pode ser realizado pelo telefone. Em alguns casos específicos, entretanto, a remarcação vai depender da ação da Agência da Previdência Social. Esses segurados, cuja remarcação não puder ser realizada pela Central 135, deverão retornar às unidades após o fim da greve, para reagendar o atendimento.

2) Importante salientar que o INSS considerará a data originalmente agendada como a data de entrada do requerimento, para se evitar qualquer prejuízo financeiro nos benefícios dos segurados.

3) A Central de Atendimento 135 está à disposição para informar quais as Agências onde não há atendimento em virtude da paralisação e para orientar os cidadãos. A informação sobre a situação de atendimento das unidades é atualizada diariamente junto aos seus operadores.

4) O Ministério da Previdência Social e o INSS têm baseado sua relação com os servidores no respeito, no diálogo e na compreensão da importância do papel da categoria no reconhecimento dos direitos da clientela previdenciária e, por isso, mantém as portas abertas às suas entidades representativas para a construção de uma solução que contemple os interesses de todos.”


MAIS NOTÍCIAS DO CANAL