Bolso Economia também se aprende longe da escola Com a chegada das férias escolares de julho, os gastos em casa tendem a disparar. Por isso, a ordem é conscientizar os pequenos para não apertar o orçamento

Por: Marina Meireles

Publicado em: 12/07/2015 09:22 Atualizado em:

Ana Paula colocou um relógio para controlar os banhos das filhas gêmeas e do sobrinho. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press
Ana Paula colocou um relógio para controlar os banhos das filhas gêmeas e do sobrinho. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press

Com o pequeno Artur de férias, a administradora Viviane Gondim percebe que os gastos aumentam tanto quanto a energia do menino, de quase cinco anos. Para aproveitar mais momentos com o filho, a mãe optou por tirar férias no mesmo período do recesso escolar. Mas as contas não dão descanso. Com mais pessoas em casa durante um tempo maior, o consumo de água, alimentos e energia tende a subir, elevando também o valor destinado ao pagamento das contas, o que pode diminuir o dinheiro que seria destinado ao lazer com as crianças. Para tentar reduzir o impacto no orçamento, a ordem conscientizar os pequenos.

Viviane Gondim diz que é praticamente inviável manter durante as férias o mesmo consumo de água e energia dos meses em que o filho está na escola. “Sem dúvida, a energia é o que mais pesa nesse período de férias. Usamos o ar condicionado e a televisão por mais tempo nos meses em que Artur está em casa e, por isso, a conta aumenta cerca de 30%”, estima a administradora. Some-se a isso o aumento de 26,13% nas tarifas de energia elétrica no estado só em 2015, de acordo com os números do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país.

“Com os filhos passando um turno a mais em casa, a família tende a passar mais tempo com as crianças. O consumo sobe e, consequentemente, as tarifas”, comenta o professor Jorge Bernardo, coordenador do curso de gestão comercial da Faculdade dos Guararapes (FG). Em tempos de bandeira vermelha e de contenção de gastos, o professor recomenda que os pais estejam atentos ao consumo de água e energia dentro de casa, para que os pequenos controlem o chuveiro ou não abram a geladeira quando não há necessidade, por exemplo.

Para monitorar o tempo do banho das filhas gêmeas Júlia e Helena e do sobrinho Luiz Antônio, a jornalista Ana Paula Ezequiel resolveu deixar um relógio no banheiro, que permanece no cômodo até mesmo nos períodos em que as crianças estão frequentando a escola. “Os meninos acham divertido e brincam para saber quem tomou banho em menos tempo. Além do tempo, também verifico se o banho foi bem tomado”, brinca Ana Paula.

O método – adotado antes mesmo dos anúncios de aumento dos valores de cobrança da taxa extra, no início do ano – não garante que as crianças tenham o cuidado esperado pelos pais. Mas a jornalista diz que é possível despertar consciência ambiental e financeira nas filhas através das orientações para poupar água e energia. “Também coloquei plaquinhas pela casa para que, quando um cômodo esteja vazio, a pessoa não se esqueça de apagar as luzes ao sair. A conscientização ainda é incipiente, mas dá para fazer com que eles entendam a importância de economizar”, comenta.

Unindo o barato à diversão

Para não deixar as crianças dentro de casa durante todo o mês e nem comprometer o bolso dos pais devido ao aumento do consumo dos eletrodomésticos, o professor Jorge Bernardo recomenda o incentivo às atividades externas. “É importante que os aparelhos não fiquem ligados durante muito tempo”, reforça. Desta forma, enquanto a família passeia, haverá economia de energia no lar. Apesar da intenção de minimizar os custos fixos do ambiente doméstico, a diversão na rua também pode esvaziar as carteiras dependendo do tipo de atividade escolhida pela família. Para não colocar em xeque o orçamento ou a diversão dos filhos, os pais têm optado por programas mais em conta.

“O preço dos lanches e dos programas aumentaram bastante em relação a anos anteriores. Além disso, as meninas têm preferências diferentes. Uma gosta de ir à piscina, já a outra é fã de livrarias. Tentamos fazer um roteiro que agrade às duas sem gastar tanto”, explica a administradora Ana Paula Ezequiel. No caso de Viviane Gondim, os parques públicos estão no primeiro lugar da lista de diversão. E não é só pela preferência do filho Artur, mas também devido ao baixo custo.

“Gasto menos do que nas vezes em que vamos ao cinema e ele ainda se diverte mais”, comenta Viviane. Até mesmo quem quer viajar tem tido mais cautela na hora de arrumar as malas e seguir em direção ao destino escolhido. “Quem quer viajar pelo Brasil tem procurado destinos mais próximos, como Fortaleza, Natal e Maceió. Além disso, as famílias também estão mais atentas às promoções de passagens aéreas”, explica Sandra Luck, sócia da Luck Viagens.

Além da caça aos descontos fora da cidade natal, o professor Jorge Bernardo também orienta para a importância do planejamento prévio. Desligar os eletrônicos antes de sair de casa é o primeiro passo. Durante a viagem, a dica é anotar todos os custos, independentemente do valor, para ter o controle do quanto foi gasto durante os dias de lazer. “É preciso ter cuidado com o uso do cartão de débito e passar longe da compra de produtos supérfluos. No local escolhido, também é interessante fazer atividades em locais que ofereçam baixo custo e diversão para as crianças, como praias ou parques”, sugere.

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