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Economia
Prejuízos

Disputa entre setores do funcionalismo não melhora qualidade de serviços

%u201CA ineficiência é absurda. O cidadão é maltratado, desconsiderado e humilhado%u201D, diz o professor José Matias Pereira, da Universidade de Brasília

Publicado: 20/07/2015 às 08:57

As disputas entre setores do funcionalismo podem resultar em vantagens para este ou aquele grupo de servidores, mas não necessariamente se traduzem em melhoria dos serviços prestados à população. Pelo contrário, dizem os especialistas, eles continuam sendo caros e de baixa qualidade. “A ineficiência é absurda. O cidadão é maltratado, desconsiderado e humilhado”, diz o professor José Matias-Pereira, da Universidade de Brasília.

[SAIBAMAIS]O economista Fábio Klein, da Consultoria Tendências, observa que lutar pelos próprios interesses faz parte do jogo democrático, desde que seja dentro da legalidade e a prestação de contas fique latente. Mas avalia que a administração pública ainda engatinha no cálculo da relação custo-benefício. “Quando se faz a comparação entre funções correlatas, ainda que haja casos de excelência na área pública, ela ainda fica muito abaixo das expectativas.”

Para o analista político e diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz, no entanto, a rivalidade não prejudica o contribuinte. “Se grupos brigam entre si, o interesse é justamente para mostrar que são mais eficientes”, diz. “O maior problema é a ineficiência dos governantes. Há setores com  falta de pessoal, enquanto sobra mão de obra em outros”, diz ele.

Demandas
Os advogados federais, que devem defender a União, no momento estão de costas para ela. Para forçar o governo a atender suas reivindicações, entregaram1.300 cargos de chefia das carreiras da Advocacia-Geral da União (AGU). A manobra pode resultar em forte prejuízo aos cofres púbicos. Somente nos 10 principais casos que deverão ser julgados nos tribunais superiores neste ano o prejuízo pode chegar a R$ 432 bilhões.

Em greve, os advogados ameaçam não retornar ao trabalho enquanto não tiverem mlelhores condições de trabalho. Eles também querem vinculação salarial com os ministros do STF e autonomia orçamentária da AGU.

Os servidores do Judiciário também têm demandas específicas. Tiveram um projeto (PL nº 28/2015) de reajuste de 53% a 78% nos salários aprovado pelo Senado, no início do mês. Embora os ministros do STF tenham aumentado seus próprios ganhos, no final do ano passado, sem pensar nos subalternos, os servidores não os enfrentam porque precisam deles para pressionar a presidente Dilma Rousseff a sancionar o projeto.
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