Seu bolso Alta no preço do milho deixa São João salgado Na Ceasa, valor da mão já custa R$ 25, 35% mais caro que em 2014. Expectativa é de que o preço possa chegar a R$ 35 na próxima semana

Por: Thatiana Pimentel

Publicado em: 19/06/2015 09:45 Atualizado em:

As comidas juninas vão ficar mais salgadas para os pernambucanos este ano. O preço da mão de milho no Centro de Abastecimento de Pernambuco (Ceasa), por exemplo, está 35% mais alto. Em 2014, uma saca com 50 espigas custava R$ 18,50. Neste ano, quem for ao Pátio do Milho da Ceasa encontra a mesma quantidade por R$ 25 e a expectativa dos vendedores é que o preço chegue a R$ 35 no início da próxima semana. A seca que afetou as plantações e reduziu a produção em 20% é apontada como a principal causa da alta nos preços.

Por causa dessa inflação do milho, quanto antes o consumidor comprar, maior a possibilidade de conseguir valores menores e descontos. A recepcionista Roberta Portela esteve na manhã de ontem na Ceasa e conseguiu encontrar a mão de milho por R$ 20. “Procurei em todo canto, fui em várias feiras e até aqui na Ceasa andei muito para conseguir esse preço, mas vale a pena.” A empresária Viviane Cândido, dona da Supreme Delicatessen, em Santo Amaro, também conseguiu encontrar uma mão de milho por R$ 20.

“As pessoas têm que se antecipar e pesquisar. Consegui um valor bom. Vamos aumentar a produção de canjica, pamonha e bolo de milho em 30% a 40% na padaria. Esse desconto vai nos ajudar a manter os preços baixos”, disse Viviane. Para o vendedor Antônio de Andrade, que comercializa milho há 50 anos, esta foi uma safra ruim. “Os produtores estão reclamando muito, mas o consumo está sendo alto. Todos os dias pego 200 mãos e vendo quase tudo.” Mas a lembrança que o vendedor tem dos preços de anos anteriores assusta.

“Em 2010 eu vendia 50 espigas por R$ 6. Em 2012, era R$ 12 e em 2014, R$ 18. Nos últimos cinco anos, o preço quadruplicou”, contou Antônio. Ezildo Cantalupo, que também trabalha na Ceasa há 50 anos, disse que é preciso diferenciar o tamanho das espigas na hora da compra. “As melhores, a gente chama de 1059, são grandes e tem caroços maiores. Rendem muito para quem quer fazer alguma receita. Mas estão chegando muitas mãos das menores, as 1056, e isso acaba diminuindo as vendas.”

Marcos Barros, chefe de Informação do Mercado Agrícola da Ceasa, acredita que a queda na safra vai influenciar a quantidade total de vendas. “Todas as regiões foram afetadas pela seca, tanto em Pernambuco, quanto no Ceará e na Bahia, que também abastecem nosso estado. Ano passado, conseguimos vender 12 milhões de espigas. Essa é a média histórica. Neste ano, nossa previsão é de 10 milhões.” De acordo com Barros, as cidades que mais produziram dentro do estado em 2015 foram Gravatá, Barra de Guabiraba, Chã Grande, Ibimirim, Camocim de São Felix, Bonito, Amaraji, Pombos, Bezerros e Sairé.

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL