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Finanças pessoais SPC Brasil diz que 79% dos consumidores costumam parcelar compras Entre os produtos mais comprados de forma parcelada estão as roupas (32%) e os eletrônicos (28%)

Publicado em: 21/05/2015 13:51 Atualizado em:

Com o fantasma da inflação e do aumento de preços assustando a população, muito brasileiros têm recorrido ao parcelamento das compras como uma forma de amenizar os efeitos dos gastos. Na hora de pagar pelo que comprou, o consumidor tem ferramentas que podem tanto beneficiar quanto causar sérios problemas ao seu bolso. No caso das compras a prazo, que dividem o valor total em parcelas, com ou sem juros, as armadilhas podem ser letais ao bolso do consumidor, embora cada vez mais brasileiros recorram ao parcelamento.

Tanto que uma pesquisa nacional realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal Meu Bolso Feliz investigou o comportamento dos brasileiros relacionado ao parcelamento de compras. O percentual daqueles que preferem dividir o pagamento em suaves parcelas assusta: 79% costumam utilizar essa forma de pagamento. Entre os produtos mais comprados dessa maneira estão as roupas (32%) e os eletrônicos (28%).

Foram ouvidas 642 pessoas nas 27 capitais brasileiras, com idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. A margem de erro é de 3,8 pontos percentuais e a confiança é de 95%. Os dados foram pós-ponderados para ficarem representativos ao universo estudado.

De acordo com os resultados do estudo, o número médio de parcelas é 6,3 e é definido pelo número máximo que o lojista permite sem a taxa de juros. Um dado importante observado pelo SPC Brasil é que quase metade dos entrevistados (46%) não tem medo de longos parcelamentos. Para essa parcela, inclusive, parcelar as compras é uma vantagem. Já para 21% dos entrevistados a compra parcelada não é utilizada. Nesse índice, ficou constatado que pessoas de menor escolaridade e das classes C, D e E não costumam recorrer ao parcelamento, possivelmente devido às restrições às linhas de crédito.

Crédito e impulso


De acordo com o SPC Brasil, o material coletado mostrou que o crédito é um poderoso aliado do consumidor brasileiro. Um em cada quatro consumidores ouvidos na pesquisa (28%) consideram ruim a hipótese de não ter a possibilidade de parcelar suas compras. Destes, 64% afirmam que o crédito é a única forma de comprar os bens que desejam, e 29% acreditam que não conseguiriam mais fechar as contas do mês, pois sempre recorrem ao parcelamento ou a empréstimos para conseguir comprar tudo e pagar as contas que precisam.

Mesmo sendo um aliado na hora das compras, o crédito também pode ser um vilão. A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, alerta que nem sempre o consumidor é capaz de pensar nos desdobramentos a longo prazo e que podem resultar em mais juros a pagar. "O crédito pode tornar-se um problema, devido à perda da noção dos gastos e compras por impulso, e até mesmo gerar um descontrole das compras e uma consequente inadimplência", diz.

Parcelas em aberto


Além da facilidade na hora da compra, o pagamento das parcelas também tem se mostrado um problema. Segundo a SPC Brasil, dos entrevistados que costumam comprar a prazo, 58% pagaram alguma prestação de compra no mês anterior à pesquisa. O estudo também apontou que seis em cada dez consumidores (64%) com o hábito de parcelar compras ainda possuem prestações a serem pagas. Em média, eles levarão quase nove meses para quitar os compromissos assumidos.

Mais da metade dos consumidores (56%) define o número de parcelas procurando o maior número de prestações sem juros. Para cerca de 46%, é válido apostar em uma modalidade de pagamento que envolva um número elevado de parcelas, pois assim o valor da prestação é baixo e há possibilidade de comprar mais o que se quer.

Crédito restrito

A pesquisa também mostrou que 13% dos entrevistados tiveram o acesso ao crédito negado em alguma loja em que já haviam comprado antes nos últimos três meses, principalmente por estarem inadimplentes ou com o nome incluído em serviços de proteção ao crédito (67%). Outras razões para a restrição incluem o fato de não ter conta em banco (13%), falta de comprovação de renda (11%) e ganhos insuficientes (9%).

Com informações do SPC Brasil

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