Falta de pagamento Ex-funcionários do Banco Azteca protestam contra salários atrasados Além de salários atrasados, grupo denuncia falta de pagamento de verbas rescisórias e demissões em massa

Publicado em: 18/05/2015 13:19 Atualizado em: 18/05/2015 18:16

Um grupo de ex-funcionários do Banco Azteca realizaram, na manhã desta segunda-feira, um protesto em frente a sede do banco, em Boa Viagem, contra o não pagamento das verbas rescisórias. Segundo só ex-funcionários, a empresa, que inclui a rede varejista Elektra, do grupo do bilionário mexicano Ricardo Salinas, apresenta um gigantesco passivo trabalhista, como na Argentina, onde teria aplicado um calote.

De acordo com o grupo de ex-funcionários, nos dias 4 e 7 deste mês, mais de 500 funcionários foram demitidos das cerca de 70 lojas que funcionam nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Bahia. As demissões afetaram desde dirigentes e gerentes até funcionários administrativos. De acordo com os manifestantes, só em Pernambuco cerca de 300 profissionais perderam seus empregos. As demissões aconteceram no último dia 7.


A vendedora de empréstimos Rosineide Ferreira demitida no último dia 7, trabalhou durante cinco anos na unidade de Paulista do banco Azteca e não recebeu qualquer direito. “Disseram que iam pagar hoje (ontem), mas a gente foi conferir e nada foi depositado. Depois dizem que nada vai ser pago, depois a gente fica sabendo que vão pagar FGTS, mas sem a indenização. A gente não sabe o futuro. Sem comunicação fica complicado”, reclamou.


A rede já chegou a ter 100 lojas nos quatro estados e o grupo teria enfrentado uma derrota quando houve o entendimento que não são meras lojas, mas agências, estabelecimentos bancários. As lojas que funcionavam das 8h às 20h mudaram o horário de expediente e passaram a funcionar apenas em horário bancário, das 9h às 16h, com apenas dois ou três caixas. A estratégia, segundo o grupo de manifestantes, seria convencer os correntistas a encerarem suas contas para permitir que o banco conquiste uma forma para garantir o fechamento.

Funcionários receberam ligações para comparecerem a sindicatos amanhã, mas alertados que não receberão as verbas rescisórias, apenas a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que sequer sabem se está em dia. O problema é que para receber o documento da liberação da movimentação do FGTS precisariam cumprir a homologação da rescisão, o que advogados informaram ser irregular, algo como uma fraude contra o FGTS.

Alguns sindicatos foram citados, mas desrespeitando o enquadramento sindical, a empresa estaria encaminhando a homologação para outros sindicatos, como por exemplo comerciários de Goiana para o sindicato de São Lourenço da Mata. A reportagem tentou falar com algum representante do Banco Azteca para saber as alegações do grupo empresarial, mas nenhum membro do quadro apareceu e nem as chamadas feitas ao telefone 3972-7900 foram atendidas. Neste momento, os trabalhadores ocupam a calçada em frente à sede do Banco. Os manifestantes, que ocupam a calçada da agência, ameaçam fechar na Avenida Domingos Ferreira a qualquer momento.



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