Protesto Vigilantes de carro forte realizam paralisação de advertência nesta quarta (1º)

Por: Augusto Freitas

Publicado em: 01/04/2015 09:30 Atualizado em: 01/04/2015 09:46

Os vigilantes e motoristas de carro forte de empresas privadas que realizam o transporte de valores entre bancos e postos de atendimento iniciaram, nesta quarta-feira (1º), uma paralisação de advertência contra a elevada jornada de trabalho. O movimento, segundo o Sindicato dos Vigilantes de Pernambuco, vai ocorrer apenas no dia de hoje, inicialmente, e pretende chamar atenção da sociedade e dos patrões contra o excesso de trabalho durante a semana e as más condições durante o expediente.

De acordo com o sindicato que representa a categoria, a paralisação de advertência deve afetar o abastecimento de bancos e terminais eletrônicos de saque de dinheiro. No entanto, o órgão assegurou que os usuários não serão afetados durante o feriado prolongado da Semana Santa. Atualmente com aproximadamente 3 mil profissionais atuando em Pernambuco, o sindicato diz que o pleito principal da campanha salarial deste ano é a redução na jornada de trabalho. A classe defende uma jornada de 8,48 horas semanais, mas o órgão afirma que os profissionais chegam a trabalhar, em alguns casos, no mínimo, 13 horas por dia.      

“A pauta de reivindicações já estava fechada e pronta para ser debatida com os patrões, onde o principal ponto é justamente a jornada de trabalho. Há casos de colegas que trabalham 13, 14 e até 16 horas por dia. Além de prejudicar a saúde dos trabalhadores, a classe patronal deseja compensar grande parte desse tempo em banco de horas, o que não aceitamos. Esse tempo deve ser computado como hora-extra”, defendeu o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Pernambuco, Cassiano Souza. Segundo ele, vigilantes de cinco empresas participam da mobilização de hoje: Prossegur, Preserve, Brinks e Corpvs.

Souza também destacou que a pauta de reivindicações contém um reajuste salarial de 15%, aumento do ticket-alimentação para R$ 22 e melhoria nas condições de trabalho. “Temos relatos de muitos colegas trabalhando em condições precárias, usando banheiros sujos nas empresas, sem qualquer higiene, o que coloca em risco a saúde dos trabalhadores”, pontuou. Ele informou que na movimentação de hoje não está havendo o impedimento de profissionais trabalharem. “Não estamos impedido carros fortes de saírem das empresas e tampouco proibindo os colegas de trabalharem. Quem quiser, vai dar o expediente normal, mas é importante que olhem com atenção para a nossa causa”, ressaltou. Um vigilante da empresa Brinks, que preferiu não se identificar, informou que nenhum carro forte da empresa saiu para as ruas desde o início do expediente.

Cassiano Souza, que nesta manhã está na cidade de Petrolina, acompanhando a movimentação de parte da categoria, disse que retorna ao Recife na tarde de hoje para uma reunião com o sindicato patronal em uma tentativa de resolver a questão da jornada de trabalho. Ele informou que a classe deverá realizar uma assembleia nos próximos dias para definir os rumos do movimento. Na paralisação de hoje, de acordo com Souza, vigilantes dos estados de Alagoas (cerca de 400 profissionais) e Rio Grande do Norte (700) também cruzaram os braços em protesto de advertência nos respectivos estados. A Reportagem tentou contato com o sindicato patronal para saber um posicionamento sobre a paralisação, mas até o momento não obteve retorno.

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