Gestão Comitê de investimento do FI-FGTS escolhe Abijaodi como novo presidente

Publicado em: 30/03/2015 20:03 Atualizado em:

O comitê de investimento do bilionário FI-FGTS escolheu nesta segunda-feira, 30, um novo presidente: o diretor industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Eduardo Abijaodi. Representante da bancada dos empregadores, ele contava com o apoio dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). A vice-presidência ficou para a bancada dos trabalhadores - Paulo César Rossi, da União Geral dos Trabalhadores (UGT).

O presidente do comitê é responsável por convocar as reuniões e decidir a pauta de votações. Hoje, foi a primeira reunião da qual Abijaodi participou e já foi escolhido para suceder o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Dyogo de Oliveira, que passou boa parte do ano passado como presidente. Orientado pelo governo em 2014, Dyogo - que era secretário do Ministério da Fazenda - travou a pauta de votação dos projetos de infraestrutura nos quais o fundo tem interesse em fazer novos aportes.

O jornal "O Estado de S. Paulo" informou, no domingo, que os projetos prontos que estão na fila para a deliberação dos membros do comitê somam R$ 4,3 bilhões. Esse total está emperrado porque precisa da análise dos membros do comitê, pois a área técnica da Caixa, que administra o FI-FGTS, já preparou os pareceres. São necessárias duas aprovações do comitê para a liberação dos financiamentos.

Do valor que está na fila, R$ 1,1 bilhão espera a aprovação final do comitê para os desembolsos (os integrantes já tinham autorizado os aportes em uma primeira votação) e R$ 3,2 bilhões aguardam o sinal verde para que a Caixa possa iniciar o processo de estruturação de ativos. Nessa etapa, as empresas precisam comprovar que conseguirão fazer frente ao financiamento.

O problema do FI-FGTS não é falta de recursos. Em 2014, o fundo tinha mais de R$ 10 bilhões em caixa, mas o comitê acrescentou apenas um projeto à sua carteira - um aporte de R$ 630 milhões à concessionária de rodovias CCR, que tem como acionistas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido, para recuperação da Rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro.

Depois de fazer uma auditoria no FI-FGTS, a pedido do Congresso Nacional, o Tribunal de Contas da União (TCU) fez, no ano passado, recomendações à Caixa e ao conselho curador do FGTS para aprimorar a transparência das decisões de aportes (muitas delas são feitas em empresas sem ações na bolsa) e melhorar o nível técnico dos integrantes do comitê.

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