Polêmica Brasil vai gastar R$ 60 milhões para reformar usina térmica que será doada à Bolívia

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 30/03/2015 10:47 Atualizado em:

O governo brasileiro anunciou que irá gastar R$ 60 milhões para reformar uma usina térmica que será doada à Bolívia. O pedido de doação da usina, instalada no rio Madeira, em Rondônia, foi feito pelo presidente boliviano, Evo Morales, há quase quatro anos e, de acordo com o Itamaraty, faz parte de acordos bilaterais entre os dois países. A doação, no entanto, não está concretizada e depende apenas de um aval do Ministério de Minas e Energia.

O anúncio da reforma e doação da usina tem causado indignação da opinião pública no Brasil, uma vez que o país enfrentar uma séria crise energética, onde os níveis dos principais reservatórios nacionais não estão atendendo a demanda de energia elétrica nas principais regiões.

A usina pertence à Eletronorte e está instalada em Porto Velho. De acordo com a concessionária, é capaz de gerar energia elétrica suficiente para abastecer uma cidade de 700 mil habitantes. O empreendimento fo inaugurado em 1989 e, segundo informação extraoficiais, necessita de uma ampla reforma para entrar novamente em operação. A Eletronorte informou que vai converter a usina para gás natural, um dos recursos naturais mais presentes na Bolívia.

Mesmo com a abundância do produto, a Bolívia sofre com blecautes, pois o governo não possui os equipamentos de ponta necessários para converter o gás em energia elétrica. Segundo o governo brasileiro, a usina está desativada desde 2009 devido ao uso de hidrelétricas, que produzem energia mais barata. O montante a ser gasto na reforma e modernização da usina, inclusive, já foi transferido pelo governo à Eletronorte. 

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que, por causa do alto custo de operação, declarou os bens do rio Madeira como “inservíveis à concessão do serviço público”. Com isso, a agência autorizou a continuidade das negociações bilaterais. Fontes da Eletrobras disseram, de forma extraoficial, que a usina é “uma térmica de qualidade ruim”. O Ministério de Minas e Energia informou que o acordo tem como objetivo “promover a cooperação energética com a Bolívia”.


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