Mercado de trabalho Aumenta a fila do desemprego

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 27/03/2015 09:40 Atualizado em:

O mercado de trabalho continua a piorar. Em fevereiro, a taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) subiu para 5,9% da população economicamente ativa — aumento de 0,6 ponto percentual em relação a janeiro. Esse é o segundo avanço consecutivo e o maior resultado mensal desde junho de 2013, de 6%. Em dois meses, a desocupação subiu 1,6 ponto percentual, o crescimento mais rápido desde o início de 2009, auge da crise mundial.

A menor geração de postos de trabalho e o aumento do número de pessoas em busca de emprego foram as causas da elevação, segundo o IBGE. O quadro desfavorável interrompeu o ciclo de alta dos ganhos dos trabalhadores. O rendimento médio real da população empregada, descontada a inflação, ficou em R$ 2.163,20, recuando 1,4% em relação a janeiro passado, e 0,5% na comparação com fevereiro de 2014. Para o economista Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria, o índice médio do ano deve cair 0,5%, o que seria a primeira retração desde 2004, quando o tombo foi de 1,3%.

Entre as seis regiões metropolitanas estudadas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), a taxa de desemprego em Salvador foi a mais elevada — 10,8%. No Recife, a taxa ficou estável. Em fevereiro de 2015, havia 3.405 mil pessoas em idade ativa (PIA) na Região Metropolitana de Recife (RMR). Não houve variação estatisticamente significativa dessa população no mês; no ano, aumentou 1,5%. Das 3.405 mil pessoas em idade ativa, 46,0% encontravam-se ocupadas (nível de ocupação), 3,5%, desocupadas e 50,5%, não economicamente ativas. O contingente de pessoas ocupadas (PO), estimado em 1.567 mil pessoas, manteve-se estável no mês e no ano.

A população desocupada (PD), estimada em 119 mil pessoas, apresentou estabilidade nas comparações mensal e anual. A população não economicamente ativa (PNEA),
estimada em 1.719 mil pessoas, não apresentou variação estatisticamente significativa no mês e aumentou 3,2% no ano. A taxa de desocupação (7,0%) manteve estabilidade na comparação mensal e também na comparação anual.

Nas comparações mensal e anual, não houve variação estatisticamente significativa nos
grupamentos de atividade. Em relação à população ocupada em fevereiro de 2015, o Comércio empregou 24,3% da população ocupada (381 mil postos de trabalho), o grupamento da Educação, saúde, administração pública, 18,6% (292 mil postos de trabalho), os Outros Serviços, 16,7% (262 mil trabalhadores), os Serviços prestados às empresas, 15,4% (242 mil), a Indústria, 11,4% (179 mil), a Construção, 6,9%(109 mil) e os Serviços Domésticos, 6,0% (95 mil), na RMR.

Rendimento

O rendimento médio real da população ocupada no Grande Recife, estimado em R$ 1.654,40, teve aumento de 2,4% no mês e de 3,7% na comparação anual. Na comparação mensal, registraram aumento nos rendimentos os empregados com carteira assinada no setor privado (4,0%); os empregados sem carteira no setor privado (8,1%) e os trabalhadores por conta própria (6,1%); enquanto os militares ou funcionários públicos estatutários (-2,3%) registraram queda no rendimento frente ao mês anterior.

Frente a fevereiro de 2014, os eempregados com carteira assinada no setor privado (7,7%) e os Militares ou funcionários públicos estatutários (1,6%) registraram aumento do rendimento; enquanto os Empregados sem carteira no setor privado (-7,8%) e os Trabalhadores por Conta Própria (-2,8%) tiveram queda.

Atividades

Nos grupamentos de atividades, na comparação mensal, registraram aumento no rendimento médio os trabalhadores da Indústria (9,5%), da Construção (2,4%) dos Serviços prestados às empresas (4,7%), dos Serviços domésticos (3,5%) e dos Outros Serviços (8,6%). No Comércio (-1,3%) e na Educação, saúde, administração pública (-3,9%) foram registradas quedas. No ano, a Construção (-10,1%) registrou a maior queda, enquanto os Serviços prestados às empresas (12,3%) destacaram-se com o maior aumento do rendimento médio real.

Tanto na comparação mensal quanto na anual, não foram observadas variações estatisticamente significativas na Região Metropolitana de Recife. Em relação à população ocupada, os Empregados com carteira assinada no setor privado representavam 47,1% do total (738 mil trabalhadores), os Trabalhadores por conta própria, 21,3% (333 mil trabalhadores), os Empregados sem carteira no setor privado eram 8,4% (132 mil trabalhadores) e os Empregadores, 3,8% (59 mil pessoas).

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