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Indústria Naval Estaleiro não comparece à audiência e demissões já começaram

Por: André Clemente - Diario de Pernambuco

Publicado em: 26/02/2015 15:43 Atualizado em: 26/02/2015 15:57

Término do contrato atinge diretamente 1,3 mil trabalhadores na encomenda, que já atuavam em quatro sondas em construção. Foto: Julio Jacobina/DP/D.A Press
Término do contrato atinge diretamente 1,3 mil trabalhadores na encomenda, que já atuavam em quatro sondas em construção. Foto: Julio Jacobina/DP/D.A Press
O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) não compareceu à reunião agendada para esta quinta-feira (25) no Ministério do Trabalho para discutir o destino de trabalhadores com o fim do contrato do empreendimento com a Sete Brasil.O contrato para a construção de sete navios-sonda é orçado em US$ 6 bilhões e foi cancelado por falta de pagamento por parte da contratante, que é vinculada à Petrobras e sofre investigação de corrupção. A decisão atinge diretamente 1,3 mil trabalhadores na encomenda, que já atuavam em quatro sondas em construção atualmente. As demissões já foram inciadas. A reunião foi remarcada para 10 de março.

De acordo com o presidente do sindicato dos metalúrgicos de Pernambuco, Henrique Gomes, a pauta que a categoria levou para a reunião continha propostas de acordo para o setor na situação atual, além de pleitos gerais. Segundo ele, o EAS se comunicou e afirmou querer negociar informalmente. "O EAS afirmou que não havia sido notificado da audiência e não compareceu. Depois, solicitou que as negociações fossem tratadas fora de âmbito do Ministério do Trabalho, mas não temos interesse. Queremos discutir com Ministério do Trabalho e Ministério Público do Trabalho", pontuou.

Ainda segundo o sindicato, o representante do Estaleiro reiterou que não daria para segurar os trabalhadores e que as demissões virão gradativamente ou em massa. "Queríamos acordar para que os trabalhos fossem mantidos até a Petrobras entrar em calmaria de investigações e poder estabilizar o setor, mas não tivemos retorno positivo. Sendo gradativa ou em massa, a forma de demissão tanto faz. Queremos o trabalhador empregado", ressaltou o presidente.

Nessa quarta (24), o governador Paulo Câmara se mostrou preocupado com a questão. Garantiu que as atenções do estado estão voltadas para a capacitação da mão de obra e que vai discutir formas de polos industriais alocarem as categorias, que já vêm em desmobilização forte com a Refinaria Abreu e Lima e, agora, do Estaleiro Atlântico Sul.

O Estaleiro foi procurado, mas ainda não retornou.

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