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Desafios Sem medo de mudar de emprego Pesquisa online da Catho indica que 83,5% dos trabalhadores topariam morar num outro estado em busca de um novo desafio profissional

Por: Rosa Falcão

Publicado em: 24/01/2015 08:00 Atualizado em: 22/01/2015 19:17

Lucas Bonfim não pestanejou em mudar de estado ao receber uma proposta de emprego.  Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press
Lucas Bonfim não pestanejou em mudar de estado ao receber uma proposta de emprego. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press
O profissional brasileiro está cada vez propenso às mudanças de ares. Pesquisa online da consultoria Catho, com 26.459 entrevistados de todas as cinco regiões do país revela, que 83,5% dos  trabalhadores topariam mudar para um outro estado em busca de um novo desafio profissional. Destes, 36,9% aceitariam morar em outra cidade mesmo sem a promessa de uma promoção funcional ou financeira.  Os pernambucanos empatam com os gaúchos, com 14,9% dos profissionais que  resistem à mudança geográfica para trocar de emprego, posição abaixo da média nacional, que é de 16,6%.

Novos desafios. Projeto de vida. Realização profissional. Qualidade de vida. São alguns dos motivos que levam os profissionais deixarem o estado onde nasceram para buscar  oportunidades em outra região, mesmo sem o incentivo financeiro.  Luis Testa, head de pesquisa e estratégia da Catho, diz que a pesquisa demonstra uma mudança no comportamento do profissional brasileiro. “As pessoas estão mais abertas à mobilidade geográfica. Outro aspecto é que a tecnologia e a internet diminuem as distâncias, estimulando a mudança de estado.”   

De acordo com o executivo da Catho, cada vez mais a economia brasileira fica mais descentralizada e o mercado de trabalho passa a oferecer boas oportunidades fora do eixo Rio-São Paulo.  Ele cita o exemplo de Pernambuco, com o desenvolvimento de novos polos econômicos, entre eles, o polo tecnológico do Porto Digital, que oferece oportunidades de carreira e atrai profissionais de outros estados.  “O profissional pode até aceitar uma proposta com salário menor  para mudar de estado, mas às vezes o custo de vida é menor e acaba sendo mais vantajoso.”

Lucas Bonfim, 30, não pestanejou em mudar de estado ao receber uma proposta de emprego. Baiano, ele morava em Natal e foi convidado para assumir a gerência de território da Shell combustíveis em Pernambuco. “Um head hunter me ligou e ofereceu uma nova oportunidade. O que me motivou foi a possibilidade de crescimento profissional.” Ele assumiu uma área completamente diferente, mas diz que a mudança valeu a pena. Além disso, está aberto aos novos desafios profissionais.

O professor de administração da Faculdade Guararapes, Oswaldo Carvalho, diz que os profissionais hoje estão em busca de satisfação pessoal e melhor qualidade de vida.  “Muitos profissionais recebem salário compatível com a média de mercado e aceitam trabalhar em outra cidade para ter melhor qualidade de vida”, salienta.

O especialista destaca que além do salário, o clima organizacional e as relações pessoais são fundamentais hoje para a decisão de mudança de emprego.  Ele acrescenta que os homens –  independentemente de serem casados ou solteiros – são mais rápidos para decidirem pela mudança de estado do que as mulheres.

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