Falta de pagamento Operários do consórcio Coeg esperam fim do recesso da Justiça para resolver impasse trabalhista

Por: Augusto Freitas

Publicado em: 15/01/2015 10:10 Atualizado em:

O impasse trabalhista envolvendo parte dos operários do consórcio Coeg, um dos prestadores de serviços à Petrobras nas obras de construção da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Ipojuca, deve se estender por mais alguns dias. Isto por que a categoria aguarda o fim do recesso da Justiça Trabalhista, iniciado em dezembro passado, para que haja a análise do pleito e, consequentemente, uma solução para o problema.  

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE), que representa a categoria, as atividades do Judiciário recomeçam na próxima segunda-feira (19). Até lá, os trabalhadores que reclamam direitos trabalhistas pretendem continuar com a paralisação da atividades, iniciada na última terça-feira (13), em frente à entrada do canteiro de obras do consórcio, no Complexo Portuário de Suape.  

O grupo de operários resolveu cruzar os braços como forma de protesto contra supostas demissões irregulares e atraso de pagamentos. De acordo com o Sintepav-PE, 337 funcionários demitidos pelo consórcio em dezembro ainda não receberam as indenizações trabalhistas, enquanto os operários que continuam trabalhando no canteiro de obras reclamam de atrasos no pagamento dos salários de dezembro e da segunda parcela do décimo terceiro salário. O sindicato diz que o consórcio ainda emprega cerca de 1,5 mil trabalhadores no projeto.

O Consorcio Coeg é responsável pela construção de uma tubulação que liga a refinaria ao Porto de Suape, permitindo a chegada do petróleo e a saída dos produtos derivados. Aldo Amaral, presidente do Sintepav-PE, destacou que desde o início da construção da refinaria, em 2007, têm sido registrados problemas trabalhistas tanto com empresas de grande porte como as de pequeno porte que atuaram e ainda atuam no empreendimento. Os casos mais recentes, ainda em 2014, foram problemas com os consórcios Jaraguá, Fidens e Alumini (antiga Alusa).

Envolvida em denúncias de desvio de recursos e superfaturamento, a Rnest é investigada pela Polícia Federal dentro da Operação Lava Jato. Sua primeira unidade (capacidade de 115 mil barris diários de derivados de petróleo) foi inaugurada no início do mês passado, mas os próprios operários fizeram denúncias ao Ministério Público do Trabalho (MPT) de que as operações teriam sido iniciadas sem plano de segurança para trabalhadores da construção civil. Uma segunda unidade, com igual capacidade de produção, tem previsão de entrar em operação ainda neste primeiro semestre.

Sobre o consórcio Coeg, a Petrobras se pronunciou na última terça-feira através de uma nota oficial. No documento, a estatal afirmou que "reafirma sua posição de estar adimplente quanto a todas as suas obrigações contratuais com o consórcio Coeg”. Destacou, ainda, que “está atenta ao problema de atraso junto aos trabalhadores desligados por aquele consórcio, porém a responsabilidade pelas obrigações trabalhistas é das empresas contratadas para execução dos serviços”.

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