Diario de Pernambuco
Busca
Refinaria Abreu e Lima Funcionários do consórcio Coeg fazem 'panelada' em Suape

Por: Augusto Freitas

Publicado em: 16/01/2015 09:36 Atualizado em: 16/01/2015 11:50

Operários do consórcio Coeg fazem panelada para denunciar falta de pagamento de vale-alimentação. Foto: Sintepav-PE/Divulgação
Operários do consórcio Coeg fazem panelada para denunciar falta de pagamento de vale-alimentação. Foto: Sintepav-PE/Divulgação


Os trabalhadores do consórcio Coeg, formando pelas empresas Conduto e Egesa, estão realizando, nesta sexta-feira (16), mais um ato em frente ao canteiro de obras do consórcio na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), próximo ao Posto Fiscal, no Complexo Portuário de Suape, para pressionar a empresa e a Petrobras sobre as demissões irregulares e atrasos salariais. O consórcio é um dos que prestam serviços à estatal nas obras de construção da refinaria.

O protesto está acontecendo desde as 7h e conta com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE). Para mostrar o atual cenário em que se encontram, os operários estão cozinhando bananas em panelões para denunciar a falta de fornecimento do cartão alimentação, bem como outros benefícios. “Queremos um posicionamento da Petrobras ou do consórcio”, explicou o coordenador de fiscalização do Sintepav-PE, Leodelson Bastos.

De acordo com o sindicato, os funcionários prometem continuar com as ações enquanto os valores devidos não forem depositados de forma integral e afirmam, ainda, que vão entrar com uma ação coletiva contra a Coeg. Os opérários dizem que foram prometidos pelo consórcio sorteios de motos, um carro e 32 horas extras de bonificação caso o serviço fosse concluído. A segunda parcela do 13º salário também não foi depositada, apesar de constar na folha a transferência dos valores. Os funcionários demitidos também não receberam o aviso prévio e nem o PLR (participação nos lucros). “Os trabalhadores, em assembleia, decidiram pela paralisação. As atividades só voltam mediante o acerto com o pessoal inativo e com o pessoal ativo, que não recebeu o 13º, o cartão Sodexo (alimentação), nem o plano de saúde”, ressaltou Bastos.

Entenda o caso

O grupo de operários resolveu cruzar os braços como forma de protesto contra supostas demissões irregulares e atraso de pagamentos. De acordo com o Sintepav-PE, 337 funcionários demitidos pelo consórcio em dezembro ainda não receberam as indenizações trabalhistas, enquanto os operários que continuam trabalhando no canteiro de obras reclamam de atrasos no pagamento dos salários de dezembro e da segunda parcela do 13º terceiro salário. Hoje, o sindicato informou que um representante do consórcio foi ao canteiro de obras para comunicar o desligamento dos cerca de 1,5 mil trabalhadores que estavam fichados no consórcio. Até ontem, apenas 200 operários ainda prestavam serviços no local.

O Consorcio Coeg é responsável pela construção de uma tubulação que liga a refinaria ao Porto de Suape, permitindo a chegada do petróleo e a saída dos produtos derivados. O Sintepav-PE afirma que desde o início da construção da refinaria, em 2007, têm sido registrados problemas trabalhistas tanto com empresas de grande porte como as de pequeno porte que atuaram e ainda atuam no empreendimento. Os casos mais recentes, ainda em 2014, envolveram os consórcios Jaraguá, Fidens e Alumini (antiga Alusa).

Na última terça-feira (13), a Petrobras se pronunciou através de uma nota oficial. No documento, a estatal comunicou que "reafirma sua posição de estar adimplente quanto a todas as suas obrigações contratuais com o consórcio Coeg”. Destacou, ainda, que “está atenta ao problema de atraso junto aos trabalhadores desligados por aquele consórcio, porém a responsabilidade pelas obrigações trabalhistas é das empresas contratadas para execução dos serviços”.

O impasse trabalhista envolvendo parte dos operários do consórcio Coeg, no entanto, deve se estender por mais alguns dias. Isto por que a categoria aguarda o fim do recesso da Justiça Trabalhista, iniciado em dezembro passado, para que haja a análise do pleito e, consequentemente, uma solução para o problema. As atividades do Judiciário recomeçam na próxima segunda-feira (19) e, até lá, segundo o Sintepav-PE, os trabalhadores que reclamam direitos trabalhistas pretendem continuar com a paralisação da atividades, iniciada há três dias.


MAIS NOTÍCIAS DO CANAL