Inspeções da Vigilância Sanitária flagraram alimentos descongelados sendo vendidos nas unidades do Extra e Bompreço. Foto: Secretaria de Saúde do Recife/Divulgação

Fiscais da Vigilância Sanitária do Recife (Visa) e do Procon-PE, acompanhados pela Delegacia do Consumidor, realizaram uma operação de fiscalização em dois supermercados, na manhã desta sexta-feira (30), e apreenderam 198,2 quilos de alimentos impróprios para o consumo, nas unidades do Extra e Bompreço, ambos na Rua Benfica, na Madalena. Na primeira inspeção sanitária deste ano nas redes varejistas do Recife, no entanto, não houve interdição de nenhuma loja.

Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde do Recife, na primeira unidade vistoriada, o Extra, foram apreendidos 168,5 quilos de carnes estragadas, sendo 91quilos armezadas em temperatura inadequada e 68,5 quilos com características organolépticas alteradas, apresentando cor e aparência distintas do padrão sanitário de consumo. Além disso, os fiscais também apreenderam oito pacotes de polpas de frutas descongeladas (3,2 quilos) e dois frangos, também descongelados (3,5 quilos). O balocão expositor foi isolado e será reaberto após nova vistoria.

Após o Extra, os fiscais realizaram a segunda inspeção do dia, em uma unidade da rede Bompreço, bastante movimentada e conhecida na região. No estabelecimento, foram confiscados 23 quilos de peixe e poucas unidades de polpas de frutas, ambos descongelados, o que proibido pelas normas sanitárias. As vistorias foram necessárias após denúncias de consumidores, segundo os órgãos. A multa prevista pela Vigilância Sanitária para casos como estes, após processo administrativo, varia entre R$ 40 e R$ 400 mil.

A reportagem do Diario entrou em contato com as assessorias de comunicação das duas redes varejistas para obter uma resposta sobre as vistorias. Em nota, o Extra esclareceu que todos os produtos apontados irregularmente pelos órgãos foram imediatamente descartados. A rede informou que reorientou a equipe quanto à excelência no padrão operacional exigido pela empresa e que a loja funciona normalmente.

No comunicado, destacou que “pauta suas ações no respeito ao cliente e às leis vigentes, possuindo rigoroso procedimento para garantir a qualidade dos produtos comercializados em suas lojas, com um departamento exclusivamente voltado para segurança alimentar”.

Também através de uma nota, a rede Bompreço informou que “não foi identificada nenhuma irregularidade durante a fiscalização conjunta realizada na manhã de hoje pelo Procon-PE, Ministério Público do Estado de Pernambuco e Vigilância Sanitária do Recife, na loja da Benfica”. Ao contrário do que divulgou a Vigilância Sanitária, a empresa afirmou que “não houve apreensão de produtos e que esta situação foi atestada através de documento entregue a direção da unidade pelo órgão fiscalizador”.

Interdições em série

Esta não é a primeira vez que as duas unidades passam por inspeções sanitárias. Em 2014, ano em que o consumidor do Recife foi surpreendido com inúmeras interdições de supermercados das principais bandeiras comerciais que atuam no estado, as lojas não sofreram a suspensão temporária das atividades. No entanto, outras unidades, a exemplo do Extra nos bairros do Espinheiro e Boa Viagem, e do Bompreço nas localidades de Casa Amarela e Casa Forte, foram punidas com a interdição após apresentaram inúmeras falhas sanitárias que ferem o direito do consumidor e colocam em risco a saúde da população.

Em todo o ano passado, a operação conjunta, realizada entre a Vigilância Sanitária, Procon-PE, Delegacia do Consumidor, Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Instituto de Pesos e Medidas (Ipem-PE) e Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Pernambuco (Adagro-PE), apreendeu várias toneladas de alimentos estragados de vários tipos. Além disso, a fiscalização constatou a suposta prática do desligamento de equipamentos de refrigeração dos supermercados, durante a noite, o que contribuia diretamente para inutilizar os alimentos que eram vendidos, além de prateleiras enferrujadas e falhas no combate às pragas dentros estabelecimentos.