Momo
Carnaval também é época de trabalho
Por: Rosa Falcão
Publicado em: 24/01/2015 09:00 Atualizado em:
Isabel Cristina estava desempregada e agarrou a chance de trabalhar no galpão do Galo. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press |
São trabalhadores como Isabel Cristina Vieira de Melo, 48. Durante o ano a diarista faz bicos. Ela estava desempregada quando surgiu a oportunidade de trabalhar no galpão do Galo, o quartel general onde são montadas as fantasias e os carros alegóricos. Ganha R$ 250 por semana para fazer a limpeza de segunda à sexta-feira. Isabel não cabe em si com o emprego e a oportunidade de ver em primeira mão as alegorias. “É uma alegria só. Eu posso trabalhar e ganhar o meu dinheiro. Passo o dia limpando e olhando as fantasias”.
O presidente do Galo, Rômulo Meneses, diz que o bloco contrata mão de obra durante todo o ano. “O galpão começa em julho com 12 pessoas e chega a 40 na fase de finalização das alegorias e carros do desfile. Sem contar com a sede e o dia do desfile. Só segurança e apoio contratamos 1.600 pessoas”. Ele estima mais de 4 mil oportunidades de emprego e renda, aproveitando os moradores das comunidades vizinhas, como Coque e Coelhos.
O músico Valdir Severo dos Santos, 45, foi contratado em novembro para trabalhar no almoxarifado. Ele faz a separação das fantasias e a distribuição das camisas. “Fico até a sexta-feira antes do carnaval. A partir do sábado eu toco numa orquestra de frevo. Aqui eu vou tirar R$ 2.500 e mais R$ 3.500 para tocar nos quatro dias”. A grana extra já tem um destino: pagar as dívidas. “Se sobrar eu vou comprar uma bike”, planeja.
O carnaval traz oportunidades para garçons, cozinheiros, chefes de cozinha, atendentes, serviços gerais e segurança. Pela experiência de anos anteriores, o vice-presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes, Aguinaldo Falcão, estima o aumento de 30% de mão de obra no período. As contratações temporárias começam em janeiro.
O restaurante Porto do Recife, localizado nos Armazens do Porto Novo Recife, está readequando a equipe para os festejos de Momo. Segundo a gerente administrativa e financeira, Ilka Medeiros, o atual quadro de 90 colaboradores deve ser ampliado em 10% até o carnaval. “Nosso perfil é diferente porque exige pessoal despojado, com perfil de vendas e que fale no mínimo dois idiomas”.
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