Pernambuco.com
Pernambuco.com
Notícia de Divirta-se

DIA DA MULHER

Reflexões femininas em forma de arte

Mulheres que usam a voz, as telas - de pintura, cinema e televisão - e as letras clamam por igualdade não só no 8/3, mas também nos demais 364 dias do ano. Para elas, o fazer artístico serve como inspiração para a causa

Publicado em: 08/03/2024 10:42 | Atualizado em: 08/03/2024 10:51

Em ordem: Jaqueline Fraga, Joana Lira, Uana Mahin e Hermila Guedes
 (Fotos: Leo Malafaia/Divulgação, Flávia Valsini/Divulgação, Dayvison Nunes/Divulgação e Ruan Pablo/DP Foto)
Em ordem: Jaqueline Fraga, Joana Lira, Uana Mahin e Hermila Guedes (Fotos: Leo Malafaia/Divulgação, Flávia Valsini/Divulgação, Dayvison Nunes/Divulgação e Ruan Pablo/DP Foto)
Com raízes no movimento trabalhista do início do século 20, quando mulheres em vários países começaram a exigir melhores condições de trabalho, igualdade salarial e direitos políticos, o Dia Internacional da Mulher é comemorado anualmente em 8 de março.

Enquanto algumas das demandas da época foram atendidas, ainda existe luta pela frente. Diariamente, a população feminina se vê obrigada a conviver com ataques que chegam em forma de desigualdade nos espaços de trabalho, assédio – moral, verbal ou sexual –, violência física e feminicídio.

As mulheres usam sua voz, clamando, não apenas no 8 de março, por segurança, justiça e respeito. O grito vem de várias partes – de todas elas – e é especialmente alto no meio cultural, onde a arte é usada como ferramenta de mudança. Assim, artistas pernambucanas celebram o Dia da Mulher, cientes de que o trajeto ainda é longo, mas dispostas a caminhar por ele.

Jaqueline Fraga
 
Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco, a escritora Jaqueline Fraga teve seu livro “Negra Sou: a ascensão da mulher negra no mercado de trabalho”, inicialmente um Trabalho de Conclusão de Curso do tipo reportagem, indicado ao Prêmio Jabuti 2020, o mais importante da literatura nacional.

Para ela, celebrar o Dia Internacional da Mulher é refletir e buscar uma sociedade com mais igualdade, menos preconceito e sexismo. “Eu enxergo a arte como uma importante ferramenta nesse processo de conscientização e de luta. A literatura é capaz de propor importantes reflexões e é capaz de formar pessoas mais responsáveis, críticas e engajadas socialmente. Fico honrada ao ouvir de leitoras e leitores como meus livros os inspiram, como os influenciam a perceber a importância da equidade racial e da igualdade de gênero”.

Hermila Guedes
 
Durante sua carreira, que teve início em 1999, a atriz Hermila Guedes, 43, já deu vida a dezenas de mulheres, no teatro, no cinema e na televisão, deixando que a arte a transformasse para representar suas dores, alegrias, lutas e vitórias. O Dia da Mulher, em sua opinião, é uma data para que elas não esqueçam quem foram, quem são e quem podem ser.

“Tivemos grandes conquistas, mas nossa luta segue e necessita da ajuda de toda sociedade. Quero lembrar não só hoje que precisamos combater veementemente a violência contra mulher e o feminicídio todos os dias. Nos deem o direito de viver plenamente nossas escolhas”.

Joana Lira
 
A artista plástica Joana Lira, 48, acredita que, em muitos aspectos, a celebração do Dia Internacional da Mulher pode ser vista como uma forma de compensação simbólica por uma desigualdade estrutural ainda muito presente.

“A luta pela igualdade de gênero é contínua e não pode ser reduzida a apenas um dia no calendário, mas sim uma pauta que demanda ação e comprometimento diário de toda a sociedade. Me pergunto onde está verdadeiramente o espaço da mulher ao longo do resto do ano”.

Uana Mahin
 
Vencedora na categoria “Revelação” do prêmio Women’s Music Event (WME) Awards, a cantora Uana Mahin, 29, enfrenta todos os dias os desafios de fazer música sendo uma mulher preta e nordestina. Para ela, o dia 8 de março não é exatamente uma data de comemoração, e sim uma data de luta e de reafirmação par ocupar mais espaços e garantir equidade.

“Sendo uma mulher na música do Nordeste, daqui de Pernambuco, a data do Dia da Mulher vem para reafirmar a importância de a gente ocupar espaços dentro da música, nas line-ups, nas playlists, enfim, conseguir disputar esse espaço com mais equidade e ter mais oportunidades mesmo. A gente luta diariamente através de políticas de igualdade e através da nossa arte também, do que a gente faz no nosso fazer artístico”.
Tags: dia da mulher |

COMENTÁRIOS

Os comentários a seguir não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Consulado da RPCh no Recife tem nova cônsul-geral
Mergulho no Brasil é uma possibilidade para os turistas chineses
Cenas da China aparecem em meio ao barroco brasileiro e intrigam pesquisadores
Ao vivo no Marco Zero 09/02 - Carnaval do Recife 2024
Grupo Diario de Pernambuco