Martins apresenta show inédito no Teatro do Parque

Foto: José de Holanda

Em duas apresentações que acontecerão no Teatro do Parque nesta quinta, às 18 e às 20 horas, o cantor, compositor e poeta pernambucano Martins, destaque na cena musical do estado atual, vai apresentar a estreia nacional de seu novo show 'Interessante e obsceno', que reúne faixas do álbum de mesmo nome lançado em 2023 e ainda outros sucessos da carreira do artista. Com canções gravadas por Ney Matogrosso, Margareth Menezes, Daniela Mercury e Simone, ele chega aos 30 anos consagrando sua marca através da suavidade da voz e da reconfiguração de músicas icônicas.

O espetáculo traz a direção musical de Juliano Holanda, parceiro de muitos hits de Martins e produtor, compositor e intérprete, além de estar à frente do movimento coletivo musical Reverbo. Ambos trazem para este repertório canções como 'Eu e você sempre', 'Deixe' e 'Não duvido', numa divisão em duas partes que dão título ao show, como explica o cantor. “A primeira tem canções que remetem a esse lugar da evolução, de nos entendermos enquanto seres, como ‘Deixe’ e a própria ‘Interessante e Obsceno’, que foi, na verdade, a primeira música que compus para esse álbum, no começo da pandemia. A parte obscena tem mais a ver com o flerte. Para embalar o charme da paquera”, comenta.

Martins considera esse disco/show especial por contar sua história e falar sobre suas origens, sobre a forma como se relaciona com a arte e com a língua de sua terra. Como alguém que inicialmente queria ser professor e chegou a cursar Letras, ele se reconecta com suas vivências de modo ainda mais pessoal do que em projetos anteriores, algo que fica evidente em músicas como 'Tua voz', que abre o álbum.

“Sempre entendi esse lugar da fala, da palavra do professor como algo muito importante. Então nessa perspectiva de alguém que se relaciona com o público eu acho que o ensino e o meu lugar na música se correspondem. Sempre tive entusiasmo pela música, mas não sabia exatamente o que era ser artista, principalmente porque as minhas referências eram muito grandiosas. Mas quando eu descubro a rabeca e percebo que aqui em Pernambuco existe uma estrutura musical capaz de mudar muita coisa, acontece um ponto de virada na minha vida”, relembra Martins sobre sua trajetória. “Estrear no Teatro do Parque é muito simbólico para mim porque é um dos mais lindos do Recife e representa uma parte fundamental do centro caótico da cidade, que parece um ponto de resistência, um templo sagrado. E de fato é”.