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Cultura educativa

Pesquisa revela o impacto das atividades culturais no desenvolvimento das crianças e adolescentes, e o papel dos pais nesse contexto

Publicado em: 16/03/2024 07:00 | Atualizado em: 16/03/2024 12:51

 (Ruan Pablo/ DP Foto)
Ruan Pablo/ DP Foto
Cantora, pianista, violonista e violinista. Essa formação lembraria um grupo musical, mas é como a família Rezende se organiza para interpretar canções de Marisa Monte numa manhã de domingo em casa. Amantes da música, os pais das gêmeas Alice e Cecília, de 8 anos, fazem parte da ampla maioria que valoriza a cultura no processo educativo dos filhos. De acordo com a pesquisa Hábitos Culturais, realizada pela Fundação Itaú em parceria com o Datafolha, 97% dos responsáveis acreditam na importância da participação das crianças e adolescentes em atividades culturais.

"Abriu um leque de opções na vida delas, em todos os sentidos, tanto cultural como na vida escolar delas", conta Viviane Rezende, mãe de Alice e Cecília. Essa tendência também se reflete nos dados obtidos pelo levantamento, que consultou 2.405 pessoas entre 16 a 65 anos em todas as regiões do país, sendo que 67% tinham filhos. O estudo aponta que 95% dos pais avaliam que as atividades culturais melhoram o desempenho acadêmico dos filhos. "A música ajuda muito na vida escolar. Eu notei que elas melhoraram em matemática", relata Viviane.

As irmãs demonstraram interesse em começar a praticar música aos 5 anos, porém esse desejo foi concedido dois anos mais tarde, quando alcançaram a idade mínima para ingressar no Conservatório Pernambucano de Música. A instituição contempla cerca de 600 alunos de 7 aos 17 anos. Atualmente, Alice se dedica ao estudo do violino enquanto Cecília se aprimora no piano; além disso, ambas tiveram contato com a flauta doce, que é o primeiro instrumento introduzido às turmas na etapa da iniciação musical. “Fiquei com dúvida como se tocava flauta. Aí quando aprendi, comecei a gostar mais”, afirma a pequena pianista.

Na visão de Anna Paula Montini, gerente do Observatório Fundação Itaú, é fundamental pensar na integração de práticas culturais aos currículos escolares. ”Cultura e educação ainda são, muitas vezes, pensadas de modo desassociado. É importante os professores terem um leque de vivências culturais que eles possam compartilhar com seus alunos e incentivar essa participação”. Anna Paula ressalta o envolvimento dos educadores, já que são eles os principais agentes na indicação de eventos ou atividades. Dos entrevistados, 13% se informam pelos professores, 12% pelas instituições, e 10% são guiados por Influenciadores.

Naturalmente, o engajamento dos pais se torna primordial neste processo - não se limitando à fase de matrícula das aulas. “A grande maioria dos instrumentistas que terminam se destacando, certamente os pais estão incentivando um pouco mais”, destaca Janete Costa, gerente geral do Conservatório Pernambucano de Música. Há um ano no comando da gestão, Janete detalha que a política educacional está voltada principalmente para crianças e adolescentes, embora também ofereça oportunidades aos adultos. “A gente visa, não coercitivamente, mas de uma forma positiva, do amor à música, trazê-los para a profissionalização”. 

Viver da música é o sonho de Agatha Fonseca, de 14 anos. Inspirada pelo rock indie e pop do brasileiro Kamaitachi, ela conta com o apoio dos pais para seguir carreira como cantora e guitarrista. “No futuro, se eu conseguir mesmo, com certeza escolheria ser uma pessoa que vive da música”. No Conservatório desde 2020, Agatha não hesitou em escolher guitarra como o seu primeiro instrumento. “Olhei a lista que tinha e senti que deveria escolher”. Entre os inúmeros músicos que passaram pelo Conservatório, vale destacar o caso de Laís Senna, que está prestes a se formar em Canto e, recentemente, teve a oportunidade de cantar com o Maestro Spok no carnaval, além de atuar como Maria no Baile do Menino Deus. 

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