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Espetáculo

As faces musicais de Capiba

Espetáculo ''Capiba, pelas ruas eu vou'', do projeto Aria Social, reestreia no Teatro RioMar com apresentações agendadas para o Teatro do Parque e Santa Isabel

Publicado em: 14/03/2024 07:00 | Atualizado em: 14/03/2024 11:33

 (Alícia Cohim/ Divulgação)
Alícia Cohim/ Divulgação
Os palcos do Recife receberão novamente o musical que conta a história de um dos mais célebres e importantes compositores pernambucanos de todos os tempos. Capiba – nascido Lourenço da Fonseca Barbosa – é o eixo temático do espetáculo promovido pelo projeto Aria Social, que recebeu o nome de 'Capiba, pelas ruas eu vou', e reestreia hoje, às 20 horas, no Teatro RioMar. Em 2022, a apresentação fez mais de 10 mil espectadores e abre a temporada de 2024 com 14 sessões já confirmadas no Teatro Santa Isabel e no Teatro do Parque até julho.

Contando com 19 músicos e 45 bailarinos-cantores em cena, o espetáculo une música, dança, canto, teatro, cinema e fotografia com o objetivo de explorar a multiplicidade de gêneros abarcados pela obra do compositor. Na estreia ocorrida em outubro de 2022, a apresentação havia marcado os 30 anos do Aria Social – projeto sem fins lucrativos criado em 1991 pela bailarina Cecília Brennand, atual presidente, e que atende a mais de 400 crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. 

Nesta temporada de 2024, o espetáculo se programa ainda para divulgar essas diferentes facetas da obra de Capiba pelo resto do país, com shows já agendados para São Paulo a partir de julho deste ano. Os frevos dos anos 1930, as valsas, sambas, maracatus, cirandas, marchas e ópera são trazidos em distintas formas de performances ao vivo e entrelaçadas por projeções de filmes e fotos para auxiliar ainda mais na imersão, em um roteiro que apresenta o menino nascido em Surubim, no Agreste de Pernambuco, e explorando sua trajetória pela Paraíba, depois, aos 26 anos, ao Recife, quando cursou a Faculdade de Direito, até chegar nas suas primeiras composições, a partir de 1931. 

Durante cerca de uma hora, o musical apresenta a trajetória do menino nascido em Surubim, no Agreste pernambucano, em 28 de outubro de 1904, filho de um mestre de banda, que antes de aprender a ler já lia partituras. Morou na Paraíba e veio para o Recife aos 26 anos, tendo se tornado funcionário do Banco do Brasil. Cursou a Faculdade de Direito do Recife, mas nunca exerceu a profissão. Sua primeira composição foi “Valsa verde”, em 1931. 

Rosemary Oliveira, diretora e maestrina do espetáculo, além de vice-presidente do Aria Social, explica ao Viver como foi que sua relação com a obra de Capiba começou e o processo para adaptar o extenso material. “Meu primeiro contato com as canções de Capiba foi com suas composições mais célebres, sobretudo do frevo, mas já tinha também algum conhecimento desse seu lado mais armorial pelo convívio que tive com o músico Antônio Madureira, que foi muito amigo dele. E, à medida que meus estudos avançaram, fui percebendo essa diversidade de instrumentos e toda a complexidade da estrutura musical necessária para fazer jus às suas composições”, conta.

“Eu passei dois anos estudando e pesquisando todo o material que podia encontrar sobre Capiba e fiz, nos arranjos, uma adaptação para que a gente pudesse mostrar esse lado mais clássico e armorial dele, que nem todo mundo conhece. Ensaiamos o espetáculo em conjunto ao menos uma vez na semana, mas nos últimos dias temos intensificado mais, pois é bastante desafiador trazer toda a força musical que ele representou. Capiba não é somente personalidade cultural, mas um patrimônio inestimável do Brasil”, exalta Rosemary. “Cheguei, inclusive, a ir visitar a casa em que ele morava, em Surubim, onde hoje vive sua esposa, Dona Zezinha, e ela me recebeu muito bem, me apresentou o acervo que tem dele e me deu todo o apoio para que continuasse realizando este trabalho. A única coisa que ela me pediu foi: 'Por favor, Rose, não deixa a memória do meu marido morrer', e eu, emocionada, falei: 'Se depender de mim, não morrerá jamais'”, completa a maestrina.

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