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CINEMA

Festival de Veneza, a mais antiga premiação do cinema, começa nesta quarta

Por: FolhaPress

Publicado em: 31/08/2020 11:10 | Atualizado em: 31/08/2020 10:46

Decoração na entrada do Festival de Veneza de 2011 (Foto: Alberto Pizzoli/AFP
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Decoração na entrada do Festival de Veneza de 2011 (Foto: Alberto Pizzoli/AFP )

O Festival de Veneza, o mais antigo do mundo, começa nesta quarta-feira, dia 2 de setembro, em uma edição totalmente diferente das anteriores. Ao contrário de outros festivais, que ou cancelaram as edições deste ano ou optaram por um modelo virtual, Veneza manteve a programação, adaptada aos tempos de pandemia. Distanciamento no tapete vermelho, uso obrigatório de máscaras em todos os lugares, como filas e salas de exibição, e medição da temperatura estão entre as medidas adotadas. Tudo para manter uma tradição que começou em 1932.

A primeira "Esposizione d'Arte Cinematografica" surgiu como parte da Bienal de Veneza, sem caráter competitivo. Na programação estavam filmes como "Aconteceu Naquela Noite", de Frank Capra, e "O Campeão", de King Vidor. A segunda edição aconteceu dois anos depois, já como mostra competitiva e com a participação de 19 países. Não havia júri, como hoje. Os prêmios foram definidos pelo presidente da Bienal, após ouvir especialistas e público.

A partir de 1935, o festival se tornou anual. A cada ano, o número de filmes apresentados e de países participantes crescia, e os astros como Marlene Dietrich passaram a desfilar no Lido, onde o festival é realizado até hoje. O início dos anos 1940 trouxe a Segunda Guerra Mundial. O festival aconteceu três vezes de 1940 a 1942, com exibições temporárias e apenas com filmes de países simpatizantes ou integrantes do Eixo.

Em 1946, o festival voltou ao formato competitivo, e três anos depois passou a conceder o Leão de Ouro, o prêmio máximo de Veneza, aos melhores filmes. A partir dos anos 1950, o festival se expandiu ano a ano, abrindo-se para cinematografias fora da Europa e premiando diretores como Michelangelo Antonioni, Akira Kurosawa, Jean-Luc Godard e Robert Altman.

Confira cinco filmes que marcaram a premiação:

ADEUS, MENINOS (1987)
O diretor Louis Malle baseou-se em suas memórias de infância para contar a história dos alunos de um internato católico na França sob ocupação alemã, em 1944. Um deles é Julien que, como seus colegas, vem de uma família rica e católica. No colégio, comandado por padres, a rotina de aulas continua apesar da guerra, quando um novo aluno, Bonnet, chega. Inicialmente, Julien o vê como um rival, mas começa a entender que o garoto é diferente e eles se tornam amigos. Quando criança, Malle estudou em um colégio católico em que o padre diretor foi preso pelos alemães por esconder estudantes judeus. O religioso morreu em Auschwitz.
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OS RENEGADOS (1985)
Uma jovem é encontrada morta em uma plantação no interior da França, em um dia frio de inverno. Assim começa o longa da diretora Agnès Varda, premiado com o Leão de Ouro em 1985. A partir de então, flashbacks e conversas de pessoas que cruzaram com a jovem mostram quem ela era: uma espécie de andarilha, que vivia de pequenos trabalhos e acampava pelo país.

Infelizmente, com o prêmio em Veneza, a diretora faz parte de um grupo seleto. Apenas quatro mulheres receberam o Leão de Ouro em toda a história do festival. Além de Agnès, foram premiadas as diretoras Margareth von Trotta, em 1981, Mira Nair, em 2001, e Sofia Coppola, em 2010. A edição de 2020 terá número recorde de diretoras na competição, oito. Serão outros 11 filmes dirigidos por homens e um co-dirigido por um homem e uma mulher.

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A BATALHA DE ARGEL (1966)
O filme do diretor Gillo Pontecorvo retrata alguns dos anos decisivos da guerra pela independência da Argélia, então colônia francesa, baseando-se nas memórias de Saadi Yacef, um dos líderes da Frente de Libertação Nacional. A ação se passa entre 1954 e 1957 e, com uma linguagem quase documental, mostra os dois lados da batalha nas vielas de Argel: enquanto o Exército francês usa a tortura como forma de obter informações sobre os rebeldes, o grupo argelino faz atentados a bomba e adota táticas de guerrilha.

Atores não profissionais e cenas de protestos dão o tom de documentário ao longa, que já foi usado para inspirar tanto grupos rebeldes quanto para treinar os militares norte-americanos que foram enviados à Guerra do Iraque. A independência dos argelinos veio apenas em 1962. A obra tem ainda trilha sonora do mestre Ennio Morricone, morto em julho deste ano aos 92 anos.

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A BELA DA TARDE (1967)
Este clássico do surrealista Luiz Buñuel traz a atriz Catherine Deneuve no papel de Severine, uma dona de casa que ama o marido, mas não consegue se relacionar intimamente com ele e passa a trabalhar como prostituta. No longa, realidade e fantasia se misturam e ganham uma interpretação marcante de Deneuve. A atriz, no entanto, disse que fazer o filme não foi uma boa experiência. "Senti que mostraram mais de mim do que haviam prometido. Havia momentos em que me sentia usada", disse, em entrevista.

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O ANO PASSADO EM MARIENBAD (1961)
Dois anos depois do aclamado "Hiroshima, Meu Amor", o diretor francês Alain Resnais levou aos cinemas outra obra-prima, "O Ano Passado em Marienbad". O longa se passa em um hotel luxuoso, onde um homem tenta convencer uma mulher casada de que eles viveram uma história de amor no ano anterior. Ele quer fugir com ela. A mulher, no entanto, não se lembra de nada. O que realmente aconteceu naquele ano?, nos pergunta Resnais nesse filme misterioso e poético. Para quem gosta de moda, o longa tem mais um atrativo: os figurinos foram desenhados pela estilista Coco Chanel.

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