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Literatura

Cantor pernambucano Zeh Rocha lança primeiro livro de poesias

Publicado em: 18/02/2020 12:37

Zeh Rocha. (Foto: Lu Streithorst/Divulgação)
Zeh Rocha. (Foto: Lu Streithorst/Divulgação)
Zeh Rocha começou a ficar conhecido no meio artístico recifense quando integrou a banda Flor de Cactus ao lado de artistas como Lenine e Cacá Barreto. Foi um grupo contemporâneo ao Quinteto Violado, Banda de Pau e Corda e Concerto Viola, nomes que deram vida a um cancioneiro nordestino moderno. A potência lírica dessa geração é notória, tanto que Zeh se aproximou da poesia ainda antes da música. “Acredito que o poeta vem antes do compositor”, reflete o artista, em entrevista ao Viver. Nesta terça-feira (18), Rocha lança Circunavegasons (104 páginas, Cepe), seu primeiro livro de poesias. O conteúdo vem sendo escrito desde os anos 1980 e, por isso, adquiriu um tom biográfico, com ponderações criativas sobre aspectos sociais e culturais de Pernambuco. O prefácio é de Bráulio Tavares.

O lançamento será realizado às 18h na Livraria Jaqueira do Bairro do Recife. Na ocasião, haverá um pocket show com a presença dos músicos também recifenses Alex Mono e Publius. No repertório, canções autorais de Zeh Rocha em parceria com Lenine, Jessier Quirino, Xico Bizerra e Juliano Holanda. O título do livro faz referência à trajetória cíclica do poeta e músico, que já morou no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Santa Catarina. “Meu pai, que era contador da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), mantinha em casa uma biblioteca média, modesta. Foi nesse ambiente que entrei em contato com a poesia, principalmente através de Augusto dos Santos, que considero um poeta profundo”, conta.

"Depois, vieram os primeiros acordes de violão. A música trouxe para mim a musicalidade do verso, me ensinou a trabalhar com versos", continua Zeh, que mergulhou nas obras de João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira e de romancistas como Jorge Amado, Guimarães Rosa e Ariano Suassuna. "A pedra do reino é um livro de cabeceira que sempre revisito”, ressalta o artista, que também se formou em jornalismo, trabalhou no Diario de Pernambuco e também criou um jornal chamado Editus, ao lado de Paulo André Leitão.

Capa do livro. (Foto: Cepe/Divulgação)
Capa do livro. (Foto: Cepe/Divulgação)
Esse apreço por intelectuais pernambucanos e nordestinos influenciou bastante as temáticas dos poemas, a exemplo de homenagens como Ao poeta cego iluminado (a João Cabral de Melo Neto), Bem da terra (a Manoel Barros), Cidade sem memória (a Josué de Castro) ou Quintessencialidades (ao mestre Abelardo da Hora), entre outros. Essa “pernambucanidade” também está em Pontes sonoras, uma ode ao horizonte urbano do Recife, ou Sonho do Capibaribe. São assuntos que as bandas setentistas citadas exaltavam: o Recife, sua história, suas ruas.

Apesar dos elogios, Zeh não deixa de lado o viés crítico, como em Amigos do rei, que explora o clientelismo que existe em cargos e ascensões no estado. “Queria falar também sobre hipocrisias e o nepotismo cultural da cidade, que é formada por guetos culturais”, explica. Existe ainda enfoque na natureza, sobretudo um fascínio particular pelo mar. O tom biográfico vem em uma abordagem sobre experiências em torno de paixões, perdas amorosas e prazeres.

Após a estreia no meio literário, Zeh Rocha já planeja um segundo livro de poesias, intitulado Elogio às musas, que enaltece a figura feminina - ainda não existe data de lançamento prevista. Ele também prepara um musical teatral intitulado A peleja do cavalo-marinho contra a mancha da maldade, com mensagem ambiental (fim da água potável e derramamento de óleo) e destinado ao público infantojuvenil.

SERVIÇO
Lançamento do livro Circunavegasons, de Zeh Rocha
Quando: nesta terça-feira (18), às 18h
Onde: Livraria Jaqueira (Rua Madre de Deus, 110, Bairro do Recife)
Preço: R$ 25 (livro) e R$ 7,50 (e-book)
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