Pernambuco.com
Pernambuco.com
Notícia de Divirta-se

João Fernandes da Silva Filho

Morre Cacik Jonne, guitarrista que enfrentou o Chiclete com Banana

Por: FolhaPress

Publicado em: 26/07/2019 17:10

Foto: Reprodução/Instagram
Depois de 18 anos lutando contra uma doença degenerativa e de travar uma longa batalha judicial contra o Chiclete com Banana, banda da qual fez parte entre 1980 e 2001, morreu nesta sexta-feira (26) o guitarrista João Fernandes da Silva Filho, o Cacik Jonne.
 
Conhecido por usar um cocar e pinturas indígenas no rosto ao tocar em cima dos trios elétricos, Jonne tinha 54 anos e morreu de falência múltipla dos órgãos na casa de parentes, no bairro da Pituba, em Salvador.
 
Afastado do Chiclete com Banana em 2001, após o diagnóstico da doença, o guitarrista lutava desde então anos contra um ataxia cerebelar, doença degenerativa que limitou os movimentos dos seus braços o impediu de seguir tocando qualquer instrumento musical.
 
Em 2002, Jonne moveu uma ação trabalhista e duas cíveis contra na Justiça da Bahia. Na ação trabalhista, ele pedia indenização de R$ 1 milhão (R$ 2,8 milhões em valores atuais) pelas duas décadas anos de serviços prestados à banda. O processo foi arquivado em última instância no Tribunal Superior do Trabalho.
 
Na esfera cível, ele reivindicava a inclusão de seu nome na sociedade da banda, alegando ter sido um dos fundadores do Chiclete com Banana. Também perdeu. 
 
Criada em 1979 com o nome Scorpion e sem a presença de Cacik Jonne, a banda mudou seu nome para Chiclete com Banana em 1981, quando o guitarrista já fazia parte da sua formação. 
 
Ele também foi compositor de alguns sucessos da banda como "Fazer Amor" "Balão Dourado" e "Foi Deus".
 
No Carnaval de 2005, já debilitado, ele organizou um protesto junto ao trio elétrico do Chiclete com Banana, no qual foi erguida uma faixa com os dizeres: "Chiclete com Banana: vocês sabem que me devem. Paguem meus direitos. Assinado Cacik Jonne".
 
Na época, em entrevista à Folha, Cacik Jonne disse ter sido "totalmente abandonado" pelos demais integrantes da banda: "Considerava a todos parte da minha família. Hoje, ninguém mais quer saber como eu estou e se preciso de alguma coisa".
 
Jonne afirmou que chegou a firmar um acordo com a antiga banda no qual continuaria recebendo um salário mensal. Chegou a receber os salários entre junho de 2001 e janeiro de 2002, quando os repasses mensais foram interrompidos. Em 2010, voltou a receber um auxílio da banda, que foi novamente cessado em 2014.
 
Nos últimos anos de vida, Jonne viveu recluso no apartamento de familiares. As sequelas da doença atingiram sua visão e locomoção.
 
Mantinha-se com uma aposentadoria por invalidez do INSS. A maior parte da sua renda era voltada para custear remédios, além de tratamentos de fisioterapia e fonoaudiologia.
"Jonne esteve no Chiclete por anos trazendo sua arte, sua habilidade como guitarrista, o que contribuiu muito com todo nosso trabalho. Ele só nos deixou por imposição da vida", informou o grupo.
Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Consulado da RPCh no Recife tem nova cônsul-geral
Mergulho no Brasil é uma possibilidade para os turistas chineses
Cenas da China aparecem em meio ao barroco brasileiro e intrigam pesquisadores
Ao vivo no Marco Zero 09/02 - Carnaval do Recife 2024
Grupo Diario de Pernambuco