Todo mundo gosta de alguma modalidade do circo, seja malabarismo, palhaçaria, acrobacia, monociclo, contorcionismo, equilibrismo ou ilusionismo, entre outros. Na próxima quarta-feira, dia 27 de março, o mundo comemora o Dia do Circo. É um momento para celebrar os profissionais que continuam dando vida a essa arte milenar. Embora conquiste novos admiradores até hoje, a prática é mais antiga do que muitos pensam. Segundo historiadores, quase todas as civilizações antigas já praticavam algum tipo de arte circense há pelo quatro mil anos.
O circo, como grande espetáculo, começou a tomar forma durante o Império Romano. As atrações eram as corridas de carruagens, lutas de gladiadores, apresentações de animais selvagens e de pessoas com habilidades incomuns, como engolidores de fogo. Com a chegada da Idade Média, artistas populares começaram a improvisar apresentações em praças públicas, feiras e entradas de igrejas. Foi quando começou a nascer as famílias e grupos “nômades”, que viajavam para fazer espetáculos pelas cidades.
No entanto, foi só no século 18, na Inglaterra, que surgiu o circo moderno, com um picadeiro circular e a reunião de diferentes atrações. Ainda hoje, mesmo com aparelhos tecnológicos e shoppings, muitas crianças enchem os olhos quando veem lonas coloridas montadas em diferentes pontos da cidade. Algumas outras crianças, contudo, gostam mesmo de estar sob os holofotes, praticando algumas atividades circenses. É o caso das que frequentam a Escola Pernambucana de Circo, que funciona há 22 anos no Bairro da Macaxeira.
Kauã Crystiano Lins, de 14 anos, entrou no circo com 8. Inicialmente, sua mãe queria que ele fizesse alguma atividade física além do futebol. Assim que começou a frequentar a Escola Pernambucana de Circo, gostou muito de acrobacia, uma prática com muitos benefícios físicos e mentais. "Sonhava em conseguir dar mortais rápidos. Agora falta pouco para atingir este objetivo", diz o garoto.
"Além deste aprendizado, o circo também despertou ainda mais minha criatividade para que eu possa fazer outra coisa de que gosto muito, que é escrever histórias e pensamentos aleatórios. O circo me dá também inspiração, força de vontade e muita disciplina. Há um ano sonhava em vir para Trupe para aprender mais coisas, estar mais avançado na área e para me apresentar, me tornar profissional", conta.
Larissa Beatriz, 14, ingressou nas aulas circenses anos 6 anos para superar a timidez. “Foi surpreendente e difícil, eu não falava com quase ninguém, sentia muita vergonha. Depois de um tempo, fui me acostumando e hoje me sinto solta”, recorda a menina, que saiu da escola por um período de seis meses, mas acabou voltando após sentir saudades.
Os interessados em participar da Escola devem tentar a inscrição durante o mês de julho, caso existam novas vagas. Os encontros gratuitos são realizados nas segundas e quartas (para quem tiver entre seis e dez anos) e nas terças, quintas e sextas (dos 11 aos 16 anos), das 14h às 17h.
Conheça as origens das modalidades
HOMEM ELÁSTICO
O contorcionismo já era uma modalidade olímpica na Grécia Antiga há mais de 2,5 mil anos. Há registros mais antigos, porém, de cerca de 5,5 mil anos, indicando que, talvez, a prática já fosse usada na China para o treinamento de guerreiros.
MÃOS MÁGICAS
O malabarismo teria sido praticado inicialmente em rituais religiosos da Antiguidade. Os chineses equilibravam pratos girando-os, enquanto gregos e egípcios utilizavam bolas, depois substituídas por tochas acesas.
POR UM FIO
O primeiro relato de equilibrismo na corda bamba data de 108 a.C., na China, durante uma festa palaciana em homenagem a estrangeiros. O impacto foi tamanho que o imperador decidiu realizar espetáculos do gênero todo ano.
PALHAÇO A CAVALO
Na origem do circo moderno, na Inglaterra do século 18, o palhaço e o equilibrismo com piruetas sobre um cavalo eram um só número. O sucesso foi tão grande que os clowns ganharam cada vez mais espaço no picadeiro.