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Limites do Absurdo

Publicado em: 21/01/2020 21:26

Depois de um primeiro momento de grandes expectativas a respeito de como seria o primeiro ano da gestão Bolsonaro, 2019 se mostrou um ano bom para o governo, e para a economia do país. 2020 começou uma expectativa boa no ar. Há um sentimento de que a economia começou definitivamente a reagir. Difícil saber o quanto disso é baseado nos dados e quanto é pensamento positivo. Não faz muita diferença nesse momento. Tudo indica que a crise começa a ficar para trás. 

Economia talvez não seja tudo, mas certamente faz muita diferença. Quando a economia vai bem, quase tudo mais é “perdoado”. Quando as pessoas têm emprego e renda, talvez não seja tão importante se o Presidente fala uma besteira, defende uma ideia maluca ou expõe pensamentos que não fazem sentido. Mas, apesar de “quase tudo” poder ser tratado como algo menor, quando muitas vezes não deveria ser, nem tudo pode passar em branco. 

Não há dúvidas, ou não deveria haver, de que o atual governo se elegeu com uma plataforma baseada num discurso conversador. Uma chamada pauta de costumes que remete a ideia do século 20 e que pareciam ter sido superadas. Talvez sejam normais esses ciclos de ideias e reações conversadoras depois de avanços positivos da sociedade. Democracia é assim. 

O governo também se elegeu com uma plataforma de honestidade e transparência. De combate à corrupção. Do fim das distorções que beneficiam grupos específicos. Mas, em uma só semana, o governo conseguiu mostrar que não é tão diferente assim. Vejamos. 

O presidente começou propondo isentar as igrejas do pagamento das contas de energia. Ideia maluca que gera todos os tipos de distorções e nada tem de liberal. De onde saiu isso? Talvez ninguém saiba, mas por sorte, a ideia foi esquecida. Foi só um grande susto. 

Na semana passada, descobre-se que alguém do governo é sócio de uma empresa que presta serviço para grandes grupos de comunicação e, ao mesmo tempo, administra contratos do governo com esses mesmos grupos. No mínimo imoral. Grande espaço para decisões não republicanas. Reação do governo? Nenhuma até sexta da semana passada, só irritação com a imprensa. 

Para fechar a semana com chave de ouro, o secretário nacional de cultura faz um discurso que usa como inspiração do texto do então ministro da propaganda nazista de Hiltler, Joseph Goebbles, um dos idealizadores do nazismo. 

Passamos do ponto aqui? Eu acredito que sim. Já era ruim tentar reescrever a história no Brasil tentando apagar a ditadura, tomar posições de política externa baseadas em ideologia e admiração por um país. Mas, acho que todos concordamos que exaltar o nazismo, ou qualquer parte dele, não pode ser tolerado. Acertar na economia ajuda, mas definitivamente não é tudo. 



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