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A Internacionalização de Pernambuco: uma agenda necessária

Publicado em: 02/05/2019 10:44

Fui convidado pela Presidência da FIEPE – Federação das Indústrias de Pernambuco – para participar de almoço de trabalho, ontem (30/04/2019), com vistas a dinamizar, mais ainda, as relações internacionais do Estado, promovendo parcerias estratégicas no campo dos investimentos e da promoção comercial. Essa articulação nossa não é nova. Na verdade, nosso pleito de maior integração local-global estava, há muito, buscando caixa de ressonância junto à Casa da Indústria de Pernambuco. Eis que aconteceu de maneira positiva ontem – como um primeiro passo de muitos outros. O objetivo é outro a não ser o desenvolvimento integrado, fomentando cadeias produtivas internacionais, diante do ambiente macroeconômico interno (regional e nacional) com baixa aceleração do crescimento, elevado desemprego (taxa média de 12,7% pelo IBGE) e tímida retomada da confiança do consumidor e do empresariado.

Dos quarenta e três consulados acreditados em Pernambuco, estiveram presentes vinte destas repartições consulares – de carreira e honorárias – unidas em um único e singular objetivo estratégico: ampliar a efetiva presença do cenário internacional no Estado como alavanca de progresso social. Também teve objetivo central, promover missões empresariais e gerar rodadas de negócios dos vários países representados junto a FIEPE e seu CIN – Centro Internacional de Negócios. A mensagem foi clara e o dever de casa conjunto agora precisa ser feito de forma integrada e inteligente.

Vale registro que também estiveram presentes no almoço, entidades de abrangência internacional, como a APEX, o SINDAÇÚCAR, o IPERID, a Câmara Brasil- -Portugal, na pessoa de seu Vice Presidente, Antônio Mário de Abreu Pinto, o SEBRAE, e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco, na pessoa do Secretário, o Dep. Aluísio Lessa. Tal sinergia busca gerar novo momento para os clusters estaduais, integrando o polo gesseiro, a bacia leiteira do agreste meridional, o polo moveleiro, o polo graniteiro, o polo farmacoquímico e o polo automobilístico além do revolucionário mundo 4.0, representado pela ilha de excelência do Porto Digital e CESAR.

O fato é que, reconhecidamente, ainda somos tímidos quando lidamos com o mercado externo. Há uma mistura de desconhecimento, letargia e falta de interesse. Neste contexto, precisamos mudar essa realidade. Precisamos buscar o setor internacional como ponto focal das ações empresariais do Leão do Norte. Precisamos, e muito, avançar na agenda que envolve a diplomacia, a academia, o empresariado, as dinâmicas portuárias de Recife e Suape, bem como as entidades de classe. Desta forma, percebemos que, muitas vezes, estamos marcando passado, por meio de uma ciranda tardia no que tange às grandes potencialidades no concerto das nações. O mercado estrangeiro deveria ser encarado como alternativa crucial para estratégicas comerciais e econômicas do tecido produtivo do Estado, tendo o Hub Portuário de Suape como grande ponto de convergência. Há vantagens competitivas já consagradas, quando estamos articulando o desenvolvimento do mercado externo para o escoamento da produção pernambucana: isenção tributária para exportações (Lei Kandir), inteligência de mercado disponível no âmbito da FIEPE/ CIN, APEX e SEBRAE e também presença maciça de ampla rede consular e de câmaras de comércio em Recife, bem como presença do Escritório do Itamaraty no Estado (ERENE). Toda a sinergia descrita precisa se voltar para novas e promissoras dinâmicas transformadoras na ampla geopolítica do Cais ao Sertão.

Os desafios e o dever de casa estão postos. Precisa que nós todos estejamos atentos e proativos. E mais: façamos a ponte entre o cenário econômico-financeiro internacional e o ecossistema local, com vistas aos novos horizontes promissores do Estado – essa é uma agenda necessária e urgente. Tragamos, portanto, o processo de globalização produtiva para bem perto como ferramenta indispensável para a nossa realidade que tanto almeja gerar emprego e renda, com integração das diversas cadeias produtivas ora existentes na nossa região.

* Doutor em Ciência Política. Coordenador do Curso de Ciência Política da UNICAP. Cônsul de Malta e Presidente da Sociedade Consular de Pernambuco.
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