Pesquisa
Os venenos que salvam vidas do Instituto Butantan
Saiba como é feita a extração do veneno da cobra para produção de antídoto contra animais peçonhentos no Butantan
Por: Ana Paula Neiva
Publicado em: 13/12/2018 16:29
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"As cobras usadas para extração de veneno não podem ser devolvidas à natureza. Elas ficam guardadas no laboratório", explicou. Para extrair o veneno, é preciso de dois funcionários com habilidade. Um pressiona a cabeça da cobra, enquanto o outro segura o corpo da serpente. O líquido venoso é processado em uma centrífuga até refinamento das impurezas. Depois, guardado em um frasco a uma temperatura de 20 graus negativo.
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Após esse procedimento, a substância é transformada em vacina e encaminhada para uma fazenda, onde é aplicada em cavalos. O objetivo é a criação de anticorpos, que resultarão no antídoto. A aplicação não envenena o cavalo. Após ter o veneno injetado na veia, o animal passa por exames de sangue. Nessa etapa, o plasma (parte líquida) é separado. Devolvido ao Butantan, esse soro purificado é transformado em antiofídico, usado contra picada de animais peçonhentos.
O Museu do Instituto Butantan possui atualmente um acervo de 400 animais. Mil deles fazem parte da produção do soro. A extração do soro da cobra acontece num intervalo de 40 dias. Geralmente, as serpentes são alimentadas com 10 a 20% do seu peso. "Isso evita obesidade. Além disso, a cobra gasta o veneno p matar o camundongo. Então se ela come muito perde o veneno", explicou Giuseppe.
Localizado na Zona Oeste de São Paulo, o Instituto Butantan ocupa uma área de 80 hectares. Em maio de 2010, o edifício onde ficava guardada as coleções de cobras mortas sofreu um incêndio e cerca de 80 exemplares foram perdidas.
Criado em 1901, é responsável pela produção de soros e vacinas. O lugar é também ponto turístico, recebendo uma média de mais de 300 mil visitantes por ano.
Entre as principais atrações estão os artrópodes, vertebrados répteis e anfíbios que fazem parte do museu biológico e o serpentário. Com exposição zoológica viva e permanente, com cobras, aranhas e escorpiões, em ambientes que recriam as condições naturais é campeão de visitação. Ano passado, cerca de 152 mil pessoas passaram pelo local.
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