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Estudo

Pesquisa aponta que 50% das crianças com autismo sofrem de ansiedade

Aproximadamente 70% das crianças com autismo enfrentam algum tipo de problema emocional

Publicado em: 14/06/2018 16:18 | Atualizado em: 14/06/2018 16:24

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Um estudo da Faculdade de Saúde da Universidade de York mostra que a terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ajudar crianças com autismo a lidar não apenas com ansiedade, mas com outros desafios emocionais, como tristeza e raiva. Liderada por Jonathan Weiss, professor-associado do Departamento de Psicologia da instituição, o trabalho mostra que esse tratamento é capaz de levar a melhorias significativas na regulação do emocional dos pequenos.

Aproximadamente 70% das crianças com autismo enfrentam algum tipo de problema emocional. Cerca de metade  sofre de ansiedade, e de 25% a 40% lidam com outras questões, como raiva e depressão. De fato, há uma grande comorbidade dessas condições. “Podemos usar a mesma intervenção para incrementar as habilidades das crianças de forma mais ampla, independentemente do desafio emocional que elas têm. Podemos fazê-las mais resilientes a muitas questões emocionais e mentais”, diz Weiss.

No estudo, o primeiro do tipo, 68 crianças de 8 a 12 anos e seus pais, especialmente as mães, foram divididas aleatoriamente em dois grupos: um recebeu 10 sessões logo no início, e o outro esperou para ter o tratamento. Os cientistas investigaram as emoções e os comportamentos dos voluntários. “Nós mostramos que crianças que receberam esse tratamento de início melhoraram a habilidade de gerenciar as emoções e de lidar, de forma geral, com seus problemas de saúde mental”, diz o pesquisador. Um clínico não envolvido diretamente na intervenção constatou melhora de 74% no primeiro grupo, e de 31% no segundo.

No tratamento, as crianças tiveram acesso a jogos e ferramentas para reagir diante de situações desafiadoras. Durante a intervenção, os pais também praticaram o que estavam aprendendo com os filhos. “Acreditamos que crianças crescem, desenvolvem e melhoram dentro do contexto de famílias saudáveis, e essa intervenção ajuda as famílias a serem o agente de mudança”, afirma Weiss.

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