Por: Paloma Oliveto - Correio Braziliense
Publicado em: 23/02/2017 07:56 Atualizado em:
Para estudar os fósseis, os pesquisadores fizeram modelos tridimensionais dos crânios. Foto: Mauricio de Paiva/Divulgação |
“Trata-se de um estudo de ancestralidade. Igual ao que faríamos com DNA para testar a paternidade de alguém. A diferença é que, aqui, estamos falando de ancestralidade numa escala de tempo de centenas de gerações e em uma perspectiva populacional”, explica o arqueólogo brasileiro André Strauss, professor visitante da Universidade de Tübingen, na Alemanha, e um dos autores do artigo. “Outra diferença fundamental é que não estudamos o DNA. Em vez disso, comparamos a morfologia dos crânios dos grupos do passado com o grupo do presente. Hoje, sabemos que a morfologia do crânio tem um componente genético que permite fazer inferências de ancestralidade”, diz.
“Por mais sofisticado que seja um método, ele ainda depende dos dados disponíveis para sua aplicação. No caso da América do início do Holoceno, ainda temos muitos poucos dados genéticos”, afirma Strauss. “Nossos esforços nesse momento estão direcionados justamente no sentido de melhorar a disponibilidade dos dados. Afinal, ainda que a morfologia craniana possa ser usada, as informações moleculares é que são os marcadores de ancestralidade por excelência”, reconhece.