Síndrome Distonia: conheça mais sobre causas, efeitos e tratamento Nesta sexta-feira é celebrado o Dia Nacional de Conscientização sobre a Distonia

Publicado em: 05/05/2016 22:50 Atualizado em: 05/05/2016 23:01

A falta de informação sobre uma síndrome neurológica que afeta cerca de 65 mil brasileiros pode levar ao preconceito em relação ao paciente. Nesta sexta-feira, é celebrado o Dia Nacional de Conscientização sobre a Distonia.

A síndrome implica no dia a dia do paciente, interfere na autoestima e gera discriminação frequente. O afetado enfrenta dificuldades para escrever, comer sozinho e até mesmo andar, em razão de espasmos musculares involuntários.

Tendo em vista auxiliar na luta contra os problemas proporcionados pela doença, o IPSEN, grupo farmacêutico com sede na França, elaborou uma lista de esclarecimentos, cuidados e respostas a frequentes perguntas sobre a distonia. Confira.

O que é distonia?
Distonia é uma condição neurológica caracterizada por movimentos involuntários decorrentes de uma contração muscular que podem levar a deslocamentos de partes do corpo, ocasionando muita dor. Estes movimentos são usualmente repetitivos e podem levar a posturas anormais. Pode afetar qualquer parte do corpo (rosto, pescoço, tronco, membros). Por suas características, muitas vezes a distonia é confundida com outras doenças e até mesmo com tiques nervosos. Esses movimentos involuntários podem prejudicar desde atos simples como escovar os dentes e amarrar calçados, ou até mesmo andar e movimentar o corpo como um todo.

Distonia é tique nervoso?
Não,tiques são estereotipados e parcialmente controlados pela vontade enquanto os movimentos provocados pela distonia não são controlados pela pessoa e tem uma duração maior.

Quais são as suas causas?
Em 2/3 dos casos nenhum fator desencadeante ou causa pode ser definida. Esta é a chamada "Distonia Idiopática". Nos demais casos, é chamada de "Distonia Secundária" e pode ser ocasionada devido à exposição a algumas
drogas (antipsicóticos na maioria das vezes), lesões cerebrais (isquemias,
traumatismo), transtornos metabólicos, etc.

Quais são os tipos de distonia existentes?
Existem quatro formas de apresentação da distonia. Quando os espasmos involuntários afetam apenas uma parte do corpo, como olhos, pescoço, braços ou pernas, tratam-se de distonias focais. Quando duas partes são afetadas, são as chamadas distonias segmentares. Em casos em que um lado inteiro do corpo é acometido, trata-se de hemidistonia. Já a forma mais grave da doença é a distonia generalizada, que acomete todo o corpo do paciente.

O que ela provoca na vida do paciente?
Nos casos mais leves controlados por medicamentos, pouco afeta as tarefas do dia a dia. Porém, nos casos moderados ou graves tende a gerar posturas anormais e provoca ainda incapacitações significativas como impossibilidade de andar, escrever, comer sozinho, tomar banho etc. No blefaroespasmo, que é uma distonia focal caracterizada pelo fechamento dos olhos, o paciente fica incapacitado para atravessar uma rua, por exemplo.

Quem pode ter distonia?
A distonia pode se manifestar em diferentes idades, mas na maioria dos casos a doença tem início entre os 40 e 60 anos. É mais comum em mulheres do que em homens - cerca de três casos entre elas para cada homem diagnosticado.

Como a distonia é tratada?
A distonia pode ser tratada com medicamentos, chamados de anticolinérgicos, nas formas generalizadas. Nas formas focais faz-se aplicação de Toxina Botulínica A, feita diretamente no músculo acometido para inibir a contração involuntária. Além disso, a substância é capaz de diminuir a dor e devolve a possibilidade de retomar movimentos antes limitados.

Atualmente, o SUS fornece o tratamento com Toxina Botulínica A gratuitamente para a população brasileira. Diversos centros de excelência espalhados pelo país, como o Hospital das Clínicas e o Hospital São Paulo, na capital paulista, proporcionam a aplicação medicamentosa, feita, em média, com um intervalo de 5 meses entre elas.


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