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LOTERIA

São Paulo implantará loteria estadual podendo arrecadar R$ 23,5 bi por ano

Publicado: 05/02/2022 às 09:00

/Foto: Agência Brasill

/Foto: Agência Brasill


O planejamento de concessão para a implantação da Loteria Paulista no setor privado foi divulgado recentemente pelo governo do estado. A previsão para a divulgação do edital é dia 25 deste mês. No dia 29 de março, acontece o leilão. No mês de junho de 2021, a proposta foi votada e autorizada na Assembleia Legislativa.  

De acordo com as expectativas que a proposta trará, a administração de São Paulo visa, em 20 anos, arrecadar R$ 14,1 bilhões. E nos próximos 20 anos, 23,5 bilhões anualmente, segundo o especialista em estudos para Projeto de Manifestação de Interesse (PMI) da GCL Consultoria Econômica, Gustavo Viscardi. 

A Loteria de São Paulo vai trabalhar com as seguintes categorias: loteria instantânea, passiva, jogos de cota fixa, prognósticos específicos, esportivos e numéricos. No mês de setembro de 2020, o Supremo Tribunal Federal liberou a abertura de loterias estaduais. 

Ao total, o governo de São Paulo recebeu 11 empresas que mostraram seus planos, sendo somente uma selecionada pelo estado. “Há bastante espaço para aumentar a cultura do brasileiro em apostar e usar mais as loterias. Quando houver esse movimento com várias novas empresas, é como jogar um fermento para o bolo crescer como um todo. Cada fatia será maior que o bolo original, mas esse fermento também tem um limite”, ressalta o especialista, em fala ao Estadão. 

Os pontos como as questões jurídicas e as eleições não terão reflexo em relação ao leilão que acontece no dia 29 de março, segundo Gustavo Viscardi. “As pessoas de todas as vertentes vão entender o potencial de geração de empregos e arrecadação de tributos que serão destinados integralmente para políticas sociais. O cenário político sempre pode tentar intervir, mas nesse caso é muito difícil, porque não há argumento contrário que pare de pé”, afirmou o economista ao Estadão. 

Investimentos

Para o especialista, Gustavo Viscardi, os recursos investidos devem ser em média de R$ 4 bilhões. “Estamos falando de uma empresa nova, quase do tamanho de uma companhia de telecomunicações, com a criação de 97 mil empregos diretos e indiretos apenas no Estado de São Paulo, comentou o especialista ao Estadão.” A aplicação esperada pela Secretaria Estadual de Orçamento e Gestão do Estado, em duas décadas, é de R$ 727,8 milhões, faturando R$ 14,1 bilhões.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a loteria federal equivale ao percentual de 0,3%. No campo europeu, o PIB português conta com uma taxa de 1,54% referente a esta atividade, segundo o especialista. “Estimamos receitas de R$ 20 bilhões a R$ 23,5 bilhões com uma loteria que alcance 0,80% do PIB paulista, com uma penetração quatro vezes maior que a loteria federal. Isso contando recursos novos e os bilhetes ‘rejogados’ com os recursos dos prêmios”, comenta Gustavo ao Estadão. 
 
“A Caixa investe entre R$ 100 milhões a R$ 120 milhões em marketing por ano. Projetamos investimentos de cerca de R$ 240 milhões pela Loteria Paulista, próximo ao orçamento anual de marketing das Casas Bahia”, explicou o economista ao Estadão. Entre os requisitos que as instituições licenciadas terão de seguir estão, mais atenção e investimento nas áreas de marketing, estrutura e no crescimento das unidades.

Viscardi descreve que a Loteria de São Paulo contaria com cerca de 40 mil a 44 mil unidades distribuídas pelo estado. Enquanto, as agências da Caixa Econômica Federal, no contexto nacional, chegam a 20 mil no país. “Por mais que haja investimentos nas apostas digitais, é fundamental chegar diretamente no apostador com pontos físicos. A loteria mais popular no Brasil ainda é a que está ao largo da lei, sem arrecadar tributos, financiando outras práticas também ilegais. Ainda assim, também queremos de 2% a 2,5% da população de São Paulo cadastrada, apostando online na loteria estadual, ante 0,01% da população nacional que hoje aposta no site da Caixa”, em fala ao Estadão.


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