PANDEMIA

Covid-19: Pacientes com sequelas ocupam 60% das UTIs no Amazonas

Publicado em: 27/10/2020 18:07

 (Foto: Secom/Governo do Amazonas/Reprodução)
Foto: Secom/Governo do Amazonas/Reprodução
No estado do Amazonas, 60% dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) do hospital referência para tratamento da COVID-19 estão ocupados por pacientes que sofrem com lesões físicas decorrentes da doença. Os dados foram revelados durante coletiva do governo estadual nesta terça-feira (27).
 
O governo do estado comunicou que 94% dos leitos de UTI’s do Hospital Delphina Aziz estão tomados, mas que a maioria dos pacientes das unidades intensivas não estão mais contaminadas com o novo coronavírus. “Há pacientes há seis meses em UTI”, alertou o governador Wilson Lima (PSC).

“As principais sequelas hoje são insuficiência renal, aguda e crônica, lesões pulmonares permanentes, em todos os níveis e, em alguns casos, os pacientes começam a desenvolver hipertensão crônica”, adverte o secretário executivo adjunto de Atenção à Urgência e Emergência, Moab Amorim. Segundo ele, na capital Manaus, de 3% a 4% dos infectados com o novo coronavírus apresentam algum tipo de sequela.

Segunda onda?
O governo do Amazonas negou que o estado esteja passando por uma segunda onda da pandemia, mas anunciou reforço na rede de saúde. Serão abertos 42 novos leitos de UTI para suprir a demanda crescente no estado. Segundo a Fundação de Vigilância Sanitária (FVS-AM), a taxa de ocupação de leitos clínicos destinados à Covid-19 na rede estadual cresceu 51% nos últimos 14 dias.

De acordo com dados da FVS-AM, a média móvel de casos de Covid-19 evoluiu 23% no Amazonas nos últimos 14 dias. Em Manaus, a alta de casos no período foi de 55%. A média móvel de mortes por Covid-19 no Amazonas evoluiu 36% também nesse mesmo período.

Wilson Lima considera que o aumento de aglomerações em função de eventos de campanhas eleitorais e o início do período sazonal de ocorrência de Síndromes Respiratórias Agudas (SRAGs) no Amazonas, com a antecipação do período de chuvas, são os principais responsáveis pela evolução da doença no estado.

“Os eventos políticos, convenções, reuniões, caminhadas fizeram com que os casos aumentassem no interior, e nós estamos também tendo a antecipação do período chuvoso. Isso acaba gerando o aumento de síndromes respiratórias, e todo esse cenário tem causado uma pressão sobre nossa rede. Diante disso, a gente está tomando algumas atitudes, algumas iniciativas, entre elas a prorrogação do decreto de restrição, que continua”, afirmou o governador em entrevista.

O governo prorrogou um decreto com restrições de atividades no estado, com a finalidade de diminuir os níveis de contaminação. Com a decisão, fica suspenso, por mais 30 dias, o acesso às áreas de praias para recreação e o funcionamento de balneários, flutuantes e bares. O decreto também proíbe a realização de eventos em casas noturnas, boates, casas de shows e clubes. O descumprimento das normas prevê multa diária de até R$ 50 mil reais.
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