Quando o vizinho tem coronavírus

Publicado em: 22/03/2020 16:43


Se, por um lado existem muitos pacientes ainda não registrados por desconhecimento da infecção, por trás de cada caso confirmado ou suspeito de coronavírus no Recife existe um vizinho. Muitas vezes, temeroso e com dúvidas sobre como se deu a transmissão, por onde o paciente passou, onde tocou e a quem, supostamente, pode ter contaminado.

 

O Diario conversou com moradores de dois prédios do Recife - o Maria Rebecca, no bairro da Madalena, e o Ilha D´Oleron, nas Graças, e confirmou o estigma existente no início desta pandemia. Poucos moradores concordaram em falar abertamente. No Maria Rebecca, a confirmação do caso de uma paciente com coronavírus virou assunto de debate no grupo de WhatsApp do condomínio. Foi divulgada nota com orientação sobre as providências de higienização, interditadas as áreas comuns de lazer e fixado dispositivo com álcool em gel na entrada, mas a vizinhança fala da insegurança em reserva. Para alguns, falta mais álcool e equipamentos de proteção para trabalhadores de um serviço terceirizado.Dona Carleide Diniz, de 72 anos, integrante do grupo de risco, reconhece que radicalizou seu isolamento após a notícia do seu prédio. "Tem sido muito tenso aqui", diz. Conta que, entre as amigas do condomínio, há uma inquietação natural.

 

No condomínio Ilha D´Oleron, nas Graças, o casal de síndicos testou positivo para coronavírus. Diogo Cabral, um dos vizinhos do casal infectado, relatou, no entanto, que, no prédio deles, "o clima está tranquilo". Limpezas de portas do elevador e hall do andar dos pacientes foram reforçadas.

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