CRÍTICAS

'Estamos exagerando na dose', diz Roberto Justus sobre isolamento social

Publicado em: 23/03/2020 19:55

 (Foto: Reprodução/Instagram)
Foto: Reprodução/Instagram
O apresentador e empresário Roberto Justus, 64 anos, divulgou um vídeo no qual esclarece as declarações dadas por ele acerca da crise do coronavírus no Brasil, em áudio que viralizou nesse domingo (22). "Falaram que eu estou zombando dos mortos, que eu não dou importância, que eu só penso na parte econômia, não é nada disso", disse Justus no início do vídeo, divulgado nesta segunda-feira (23).

No áudio enviado para o apresentador Marcos Mion, Justus aparece preocupado com os efeitos que a crise causada pela pademia trará para a economia do país. “Você está preocupado com os pobres? Você vai ver a vida devastada da humanidade, na hora do colapso econômico, da recessão mundial, dos pobres não terem o que comer, das empresas fecharem, do desemprego em massa”, diz o empresário para sustentar o argumento de que o isolamento social para impedir a propagação da doença, é um "exagero". 

"Não dá pra comparar com um viruzinho leve, que é uma gripezinha para a maioria das pessoas", completa Justus, que defende, no áudio, apenas o isolamento de idosos e cancelamento de grandes eventos e outras "aglomerações humanas" como medida preventiva para a Covid-19. 

O apresentador afirma ainda que os moradores de comunidades carentes não vão sofrer com a chegada da doença nesses lugares. "Não vai matar (o cornavírus) ninguém na favela, só velhinho e gente já doente. Não tem nenhuma morte até hoje das 12 mil que a pessoa não teria (sic) algum problema recorrente de saúde. Os pobres não são todos doentes, não. Na favela não vai acontecer porra nenhuma se entrar o vírus, pelo contrário", defende Justus no áudio.

Com a má repercussão do caso, o apresentador resolveu se pronunciar de maneira "mais didática" sobre as suas declarações. "Eu quero dizer que nós estamos dando um tiro de canhão pra matar um pássaro. Nós estamos exagerando na dose", defende Justus. "Eu nunca disse que não tem que tomar cuidado, mas se a gente analisar, nós estamos parando a economia brasileira, nós estamos destruindo o que vinha se recuperando".

"E aí o que acontece? Um prolema social sem precedentes, aí sim as pessoas vão morrer. Você sabe que muita gente se mata por problema economico. A tristeza de uma pessoa não poder alimentar os seus filhos, de perder o seu emprego", completou no vídeo. 

"Vocês sabiam que 15 pessoas, entre adultos e crianças, morrem por dia por problemas ligados à desnutrição no Brasil? Eu não vi o Brasil parar por isso. Ou seja, em dois dias, morre mais gente ligado à desnutrição, principalmente nos estados do Nordeste, do que por morreram por coronavírus", argumentou.

No Brasil, já são 1891 casos confirmados da Covid-19 e 25 mortes. O apresentador lamentou o número de óbitos no país, mas declarou que o número é "irrisório" em comparação com a população brasileira, que chega a 210 milhões de habitantes. "Aqui no Brasil temos poucos casos ainda e, infelizmente, infelizmente, 25 mortos. Mas 25 mortos para 210 milhões de habitantes, de novo, é um número muito baixo". 

O apresentador afirmou que está tomando as precauções, recomendadas pela OMS e pelo Ministério da Saúde, e está em isolamento domiciliar. "Eu não sou contra cuidar, nos cuidarmos. Eu estou aqui isolado, ok. Eu tenho mais de 60 anos, sou grupo de risco, ok. Eu estou falando em cuidar das pessoas que têm mais risco, que são os nossos velhinhos, que são os nossos idosos, que são pessoas que já tinham alguma doença que já tinham antes, pessoas que são vulneráveis". 
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