Paraná e Santa Catarina lideram as estatísticas de transplantes

Publicado em: 07/12/2019 09:26

 (Elza Fiúza/Agência Brasil)
Elza Fiúza/Agência Brasil
Veio do interior do Paraná o novo coração que Elaine Gomes, moradora do Gama-DF, recebeu depois de entrar na lista como prioridade nacional, devido à gravidade de seu estado de saúde. Ela desenvolveu insuficiência cardíaca depois de conviver com o vírus da doença de Chagas por mais de 20 anos. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que cerca de 4,6 milhões de brasileiros tenham sido infectadas.  
Elaine Gomes: "Pedi alta para morrer em casa, mas o médico disse que havia a possibilidade de um coração"
 (Claudia Dianni/CB)
Elaine Gomes: "Pedi alta para morrer em casa, mas o médico disse que havia a possibilidade de um coração" (Claudia Dianni/CB)

Elaine entrou na lista em outubro de 2014 e foi internada no Instituto de Cardiologia no dia 22. No dia seguinte, foi para a lista de prioridade.  “Para mim, eu ia morrer. Estava esperando por isso. Eu estava me despedindo e estava muito triste porque meu filho tinha 13 anos e não podia entrar na UTI. No dia 27 eu pedi alta para o médico para ir para casa, para ver o meu filho antes de morrer. Ele disse que se me desse alta, eu sairia da fila e me pediu que me acalmasse, pois havia a  possibilidade de um coração no Paraná. Nesta noite eu consegui dormir, fazia muito tempo que não acontecia”, conta.

No dia seguinte, Elaine foi despertada para ir para o centro cirúrgico. “Meu marido chorava, mas, desta vez, com um sorriso de orelha a orelha”, conta. “É um sentimentos ambíguo. A gente fica muito feliz e, ao mesmo tempo, sente a tristeza pela pessoa que morreu, mas é tudo muito bonito”, conta a irmã, Eliane. 

Elaine desenvolveu uma neuropatia periférica, que causa uma dormência do joelho para baixo, consequência da medicação que tem que tomar para não reativar a doença de Chagas e afetar o novo coração. Ela conta que toma 10 medicamentos. Mesmo assim, relata uma nova vida, parte dedicada a ajudar pessoas que estão em fila de espera e à causa da doação de órgãos e mantém um apágina no Facebook e no Instagram, @sou transplantada 

Médica coordenadora da Central Estadual de Transplantes do Paraná, Arlene Badoch atribui os resultados do estado, que é o segundo em doação por milhão de pessoas 41,3 (pmp) e o primeiro em realização de transplante, 50,1 (ppm) à investimentos em treinamento das equipes e à comunicação para a conscientização da sociedade. “Temos 22 equipes no estado que são treinados e estão em constante comunicação por vídeio conferência. Temos até uma sala de situação na nossa central”, diz. “Nosso nível de recusa, pelas famílias, é baixo, já é de excelência. 

Joel Andrade, médico intensivista e coordenador da Central Estadual de Santa Catarina concorda que os treinamentos são a principal razão para melhorar os resultados. Para ele, educação é mais importante do que campanha. “Os gasto com treinamento dos profissionais mostram resultados efetivos. Os  de campanha, não necessariamente”, compara. Segundo ele, Santa Catarina investe R$ 500 milhões por ano em formação profissional voltada para transplantes. “Tínhamos uma taxa de rejeição de 70% em 2007, em 2010 chegamos a 30% e hoje está em torno de 20%.

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