SATÉLITE

Óleo pode ter sido vazado através da perfuração de poços, diz estudo da Ufal

Publicado em: 30/10/2019 11:02 | Atualizado em: 30/10/2019 15:02

 (Foto: Divulgação/Lapis)
Foto: Divulgação/Lapis

 
O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) mostrou um estudo que levanta a hipótese de um vazamento de petróleo por perfuração. De acordo com o pesquisador Humberto Barbosa, uma mancha de óleo, na região Sul da Bahia, com 55 km de extensão e 6 km de largura foi a 'peça-chave' para a suspeita. A Marinha, que investiga navios-tanques na costa brasileira, nega qualquer tipo de relação. 

Para Humberto, a mancha, detectada de forma fixa, "mostra que a origem do vazamento pode estar ocorrendo abaixo da superfície do mar". Com isso, foi considerada a hipótese de que o derramamento pode ter sido causado por uma grande perfuração em poço de exploração de petróleo. Toda as regiões analisadas pelo pesquisador nas imagens estão próximas a áreas de exploração de petróleo, conforme mapeamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 
  
Análise durante 60 dias das imagens de satélite sobre as manchas de óleo. (Foto: Divulgação/Lapis)
Análise durante 60 dias das imagens de satélite sobre as manchas de óleo. (Foto: Divulgação/Lapis)


Pela localização do óleo, Humberto defende que é algo muito maior do que um mero derramamento acidental ou proposital de óleo, a partir de um navio, é um vazamento que está abaixo da superfície do mar, consequência de perfuração. A imagem também permite detectar três navios, no entorno da grande mancha, que podem tanto estarem passando pelo local quanto monitorando alguma situação extraordinária ocorrida na área.

Monitoramento

O pesquisador já havia encontrado, em datas retroativas dos últimos 60 dias, manchas menores de óleo no mar, a partir de imagens de satélite. Todavia, como as imagens anteriores mostravam o piche já fragmentado, não havia como identificar o padrão de vazamento.

Assim, somente nesta semana, foi encontrada uma imagem mais completa que permitiu uma maior precisão sobre o padrão característico do vazamento. A detecção foi complementada com o levantamento de informações sísmicas e de outras variáveis do local. 

Os fragmentos registrados em menor volume tinham padrão diferente do que foi detectado no Sul da Bahia. 

Confira nota na íntegra da Marinha

'Em relação à possível mancha que estaria avançando pelo mar da Bahia, informamos que não se trata de óleo. Foram feitas quatro avaliações para confirmar: consulta aos especialistas da ITOF [Federação Internacional de Poluição por Petroleiros], monitoramento aéreo e por navios na região e por meio de satélite.

É importante frisar que a gravidade, a extensão e o ineditismo desse crime ambiental exigem constante avaliação da estrutura e dos recursos materiais e humanos empregados, no tempo e quantitativo que for necessário.

Segundo especialistas do ITOF, ela possui diversas características, podendo ser nuvem, fenômeno da ressurgência no mar etc.”

Por telefone, um porta-voz do Grupo de Avaliação e Acompanhamento esclareceu mais alguns pontos:

'Não sendo óleo, podem ser diversos tipos de mancha. Podem ser nuvens, ressurgências dentro da água, algas, essas coisas têm diversas outras características. De imediato, para a urgência do caso, chegamos à conclusão que não é óleo. Foram feitas inspeções no local por meio de navios, monitoramento aéreo na região, no local, e além disso consultamos especialistas da ITOF, uma organização internacional. É como se você verificasse se um tumor é benigno ou maligno. Tem características definidas. Por isso podemos afirmar que não é óleo.'

**Com informações da Ufal e do G1
 
 
Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL