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Cresce o número de empresas fora do meio financeiro usando blockchain

Publicado em: 01/07/2019 10:11

Reprodução/Pixabay
Depois do surgimento das criptomoedas, a tecnologia blockchain tem se tornado cada vez mais conhecida e popular. Empresas de diversos setores, além do financeiro (pioneiro no uso) já estão apostando nesse recurso, como a recém-criada Câmara Intersindical de Mediação de Conflitos (Cimec), a primeira a surgir no Brasil a partir da união dos interesses de duas entidades sindicais, uma patronal e a outra, laboral.

Resumidamente, a blockchain é uma estrutura pública e descentralizada, que realiza transações de forma ágil, criptografada e segura - até hoje, inviolada por hackers em qualquer parte do planeta. A segurança vem do fato de que os registros são feitos em blocos interligados, mas independentes. Assim, não é possível adicionar ou remover informações em apenas um deles. 

O anonimato de quem opera no blockchain é um mito, uma vez que já existem softwares capazes de rastrear o que acontece no trajeto de uma bitcoin ou de outros protocolos, permitindo revelar se uma moeda digital é ilegal ou está sendo utilizada de forma indevida.

Além da Cimec, diversas empresas vêm apostando na tecnologia. A My Health Data, por exemplo, permite que os usuários gerenciem online suas informações de saúde, como exames feitos e dados dos seus prontuários em hospitais, e compartilhem isso com profissionais da área. 

A Great Lakes Coffee, processadora e comercializadora de cafés, usa a blockchain e o QR Code para rastrear os grãos e tornar o processo mais seguro. Isso permite aos clientes acessar todas as informações sobre a origem da bebida e o caminho percorrido até chegar à loja 

Outro exemplo é a Doc.ai, também da área da saúde, que criptografa os dados do paciente em uma estrutura blockchain e disponibiliza essas informações até em dispositivos móveis. A partir disso, o usuário pode compartilhá-las com quem desejar. Se for com pesquisadores e empresas farmacêuticas que desenvolvem pesquisas, ele é remunerado por isso.

Já na pioneira Cimec, um trabalhador ou empresário que discordar de algo (como, por exemplo, o cálculo de verbas rescisórias) pode marcar uma audiência de mediação, na qual não há a presença de um juiz, mas, sim, de um mediador aceito pelas duas partes. A audiência pode ser presencial ou a distância e não precisa reunir as duas partes no mesmo instante. Tudo o que é apresentado, falado ou escrito fica registrado em blockchain. Em seu site, a Câmara explica que um dos seus propósitos é desafogar a Justiça do Trabalho, que, segundo informam, tem o Brasil como recordista mundial nesse quesito: "98% de todas as ações trabalhistas do planeta estão aqui, apesar de representarmos apenas 3% da população mundial". 
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