Qualidade

Avaliação na educação infantil

Publicado em: 03/06/2019 19:21 | Atualizado em: 03/06/2019 20:51

Tentar alcançar altos padrões de qualidade na educação infantil significa oferecer às crianças um bom começo de vida. Segundo a BNCC*, a Educação Infantil é o início e o fundamento do processo educacional. Para a escola, cada criança deve ser única, tratada com respeito e ter a oportunidade de vivenciar experiências individuais para construir conhecimento e compreender o mundo a sua volta. As atividades citadas são complexas e, por isso, a escola precisa ter muito cuidado ao realizar a avaliação nesta etapa.

Os boletins e notas ou mesmo os “check-lists”, muito comuns no passado, estão sendo substituídos por relatórios descritivos sobre a vida escolar da criança. Os relatórios são o resultado de um novo tipo de avaliação, uma ferramenta complexa, contínua, usada para reunir e fornecer aos educadores, pais e famílias, informações importantes sobre o desenvolvimento da criança, e a partir de então, tomar decisões e organizar estratégias que trabalhem as reais necessidades das crianças, sejam elas potencialidades ou dificuldades.

A avaliação, dentro de um trabalho sério, possui algumas etapas que devem ser seguidas. Deve levar em conta a faixa etária da criança, os estágios de desenvolvimento, suas vivências e conhecimento prévio. Na primeira etapa, há a construção, por parte da equipe pedagógica, de um documento com os objetivos a serem alcançados ao final do ano letivo, respeitando os direitos de aprendizagem e desenvolvimento e explorando os campos de experiências citados na BNCC. É importante que o educador tenha em mente que não irá trabalhar apenas as habilidades cognitivas, muito comum em nosso país, mas também as habilidades não cognitivas como as socioemocionais, motoras, entre outras. A segunda etapa consiste na criação de planos de aulas com atividades e brincadeiras que possam propiciar à criança o desenvolvimento dos objetivos e das inteligências múltiplas. Em seguida, durante a execução do planejamento, a professora necessita observar, realizar registros e colecionar atividades num portfólio individual de cada criança. Com as informações coletadas, o professor, compartilha observações e escuta sugestões da equipe para que possa ter uma visão mais completa da criança, percebendo potencialidades e necessidades e como trabalhar tais especificidades. A partir de então, há o momento em que as estratégias e intervenções são colocadas em prática junto aos alunos. Por exemplo, ao observar uma criança, o educador pode perceber que apresenta facilidade para desenvolver determinada área, desta forma, deve planejar e propor atividades que desafiem mais esta criança. Por outro lado, se identifica alguma dificuldade da criança, deve procurar estratégias para auxiliá-la a superar tal dificuldade. Isto só é possível quando a metodologia da escola entende que as crianças são diferentes e, por isso, possuem peculiaridades. Ainda, as atividades não devem mais ser realizadas de maneira tradicional, em que todos as realizam nos mesmos momentos e da mesma forma, e as turmas não devem possuir um número elevado de alunos. A educação internacional possibilita que numa sala de aula, os alunos trabalhem em pequenos grupos, realizando atividades diferentes. Por exemplo, num determinado momento do dia, a turma pode ser dividida em pequenos grupos. Um grupo trabalha numa mesa com jogo de quebra-cabeça, outro grupo no tapete com a assistente construindo blocos e ainda, há um pequeno grupo com a professora, realizando uma atividade de sequência lógica de dois elementos com material manipulativo. Neste momento, a professora observa os alunos que conseguem realizar a atividade com facilidade e pode propor que realizem a mesma atividade com três elementos, e ainda, auxilia mais de perto aquele aluno que ainda não consegue realizar a atividade.

Faz-se importante, periodicamente, deixar as famílias a par do desenvolvimento da criança e orientá-la de forma a auxiliar neste processo. Lembrando que o foco deve estar no que há de melhor para aprendizagem e desenvolvimento da criança e que a família e a escola devem estabelecer uma parceria em prol deste desenvolvimento sadio.

* Base Nacional Comum Curricular

Por Roseane Barros
Gestora do Colégio Sunny Place Recife

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