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Itamaraty convocará diplomata para explicar agressão a mulher no trânsito

Publicado em: 08/03/2019 08:31

O Itamaraty informou, em nota, que convocará o diplomata para "esclarecer o incidente": caso foi registrado na polícia. Foto: Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press
O diplomata Leonardo Lott Rodrigues foi detido durante o carnaval depois de dar um tapa no rosto de uma mulher após um acidente de trânsito. O carro de Lott — que atua na Corregedoria do Itamaraty, responsável por punir funcionários que agem fora das regras — foi atingindo levemente numa colisão, quando ele ultrapassava o carro da vítima, identificada como Uiára Cerqueira.

Como havia uma viatura policial no local, a ocorrência foi registrada, e o agressor encaminhado para a 1ª Delegacia de Polícia na noite de terça-feira, conforme relato de Ali Onka, irmão da vítima, feito nas redes sociais.

Ali contou que pediu carona a Uiára para visitar uma amiga, e o acidente ocorreu próximo à Galeria dos Estados. Quando pararam, o diplomata já foi ofendendo Uiára ao descer do carro e, quando ela disse que ia chamar a polícia, ele deu um tapa “fortíssimo” no rosto dela, que fez os óculos da mulher caírem no chão.

Quando o agressor foi abordado pelo policial que estava próximo e apresentou os documentos, Ali disse ter ficado surpreso. “Nessa hora, o senhor entregou uma identidade funcional que logo reconheci, do Itamaraty, e pensei: não é possível que esse cara trabalhe no ministério. Os policiais pediram que seguíssemos a viatura até a 1ª DP”, afirmou.

Procurado, o Itamaraty informou, em nota, que tomou conhecimento do fato pela mídia. “O servidor em questão será prontamente chamado a esclarecer o incidente para que o Itamaraty possa avaliar as medidas administrativas a serem eventualmente adotadas”, completou o texto.

A ocorrência foi registrada na 5ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) como acidente de trânsito, vias de fato e injúria. Após assinar o boletim de ocorrência, a vítima foi encaminhada para exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML). Mesmo sem apresentar lesões aparentes, o agressor também passou por exames. Logo depois, foram liberados.

A presidente da Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros (ADB Sindical), embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues, cobrou apuração imediata sobre a denúncia. Ela disse que “repudia veementemente quaisquer atos de violência, em especial contra mulheres”. Para Maria Celina, “é componente essencial dos valores da ADB/Sindical o protagonismo na promoção da igualdade de direitos entre homens e mulheres, bem como no combate a toda e qualquer forma de violência”.
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