Assédio

João de Deus se entrega à polícia

Por: AE

Publicado em: 16/12/2018 16:05 | Atualizado em: 16/12/2018 16:36

O médium João de Deus se entregou às autoridades e foi preso neste domingo, 16. As informações foram confirmadas pelo criminalista Alberto Toron, que representa o médium. Ele foi considerado foragido da Justiça e teve o nome inserido na lista da Interpol quando descumpriu o prazo para se entregar, encerrado neste sábado (15). João de Deus é suspeito de diversos abusos sexuais a mulheres que atendia em consultas particulares na clínica de apoio espiritual que trabalhava, no interior de Goiás.

 

Depois das primeiras denúncias, mulheres de vários estados também começaram a revelar casos de abusos que teriam passado em consultas com o médium. Mais de 300 mulheres já apresentaram depoimentos do tipo. João de Deus atendia cerca de 10 mil mulheres por mês e, depois de um consulta em grupo, realizava atendimentos individuais, onde ocorria o assédio. O médium nega as acusações e se diz inocente.

João de Deus se apresentou ao delegado-geral de Goiás. Há informações de que o encontro teria ocorrido em uma encruzilhada de uma estrada de Abadiânia. Apesar de toda a polêmica envolvendo o líder espiritual, a Casa Dom Inácio de Loyola, onde João de Deus fazia os atendimentos normalmente, permaneceu aberta até o horário do almoço e encerrou as atividades em seguida. 

 

Durante a manhã, aproximadamente uma dezena de pessoas permanecia no local, a maioria estrangeiros, vestidos de branco. Enquanto alguns faziam orações, outros permaneciam em locais de meditação da Casa.

 

Quem circula pela cidade encontra poucos pontos de comércio abertos e moradores receosos de falar sobre as denúncias que pesam contra João de Deus. Em condição de anonimato, algumas pessoas arriscam opinar sobre o assunto. Dizem, por exemplo, que o médium não era "flor que se cheire", mas evitam as entrevistas. Além disso, costumam mostrar preocupação sobre como a prisão dele deve afetar a economia do município.



Saques
O Ministério Público (MP) do Estado de Goiás confirmou na tarde deste domingo (16) a informação de que João de Deus retirou R$ 35 milhões de contas e aplicações financeiras após as primeiras denúncias de abuso sexual. A informação acelerou a decretação da prisão preventiva do médium. Segundo o MP, ele não foi encontrado em todos os endereços possíveis e o comparecimento espontâneo não ocorreu nas 24 horas seguintes à ordem de prisão.

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