20 de novembro Brasil tem longo caminho a percorrer contra desigualdade, afirma secretário Secretário nacional de Políticas e Promoção da Igualdade Racial diz que governo trabalha em duas frentes: o genocídio da juventude negra e o racismo institucional

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 18/11/2017 16:19 Atualizado em: 18/11/2017 16:21

"Aproveitamos o dia (da Consciência Negra) para contar a história de negros e negras que lutam e sentem na pele o que o racismo faz na sociedade. É um dia de luta para discutir os reflexos dessas desigualdades". Foto - Antonio Cunha CB
"Aproveitamos o dia (da Consciência Negra) para contar a história de negros e negras que lutam e sentem na pele o que o racismo faz na sociedade. É um dia de luta para discutir os reflexos dessas desigualdades". Foto - Antonio Cunha CB
No dia em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o mercado de trabalho deixa muito a desejar, principalmente, para jovens negros e pardos no Brasil, o secretário nacional de Políticas e Promoção da Igualdade Racial, Juvenal Araújo, em entrevista ao Correio, admitiu que ainda há um longo caminho para ser percorrido para reduzir as desigualdades e a discriminação.

Ele afirmou que há grande dificuldade de perceber o negro como um ator político e que é preciso que a participação negra no Parlamento seja maior. Para Araújo, o racismo tem vários tentáculos nas vertentes estrutural, religiosa e institucional. Segundo a Pnad Contínua, do IBGE, a presença dos trabalhadores negros e pardos no mercado é superior à dos brancos apenas na agropecuária, na construção, em alojamento e em alimentação.

Às vésperas do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, o secretário ressaltou que o combate ao racismo deve ser um compromisso de todos. Confira os principais pontos da entrevista que tratou dos desafios da luta pela igualdade racial.

Como o senhor enxerga a situação do negro no atual mercado de trabalho? 
O quadro é preocupante, tem que avançar bastante, no sentido de dar à população de cor preta ou parda igualdade em relação ao que temos hoje para a população de cor branca. O negro sempre recebeu a menos. Temos muito negros capacitados, mas geralmente não ocupam posições de prestígio. Além disso, são a maioria desempregada no Brasil.

Qual tem sido o trabalho da Secretaria Nacional de Políticas e Promoção da Igualdade Racial?
Promovemos um ambiente de escuta e de valorização da participação social com a incorporação das pautas baseadas nos povos étnicos negros, ciganos, quilombolas e indígenas. Temos nos debruçado sobre duas grandes pautas: o genocídio da juventude negra (70% dos jovens assassinados são negros) e o racismo institucional. Também temos trabalhado na melhoria do diagnóstico da saúde para a população negra e na capacitação técnica da população negra LGBT. Estamos trabalhando a capacitação no atendimento humanizado também dentro da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam). No crime de feminicídio, mais de 70% das vítimas são de mulheres negras.

Como o senhor enxerga a situação do negro no atual mercado de trabalho? 
O quadro é preocupante, tem que avançar bastante, no sentido de dar à população de cor preta ou parda igualdade em relação ao que temos hoje para a população de cor branca. O negro sempre recebeu a menos. Temos muito negros capacitados, mas geralmente não ocupam posições de prestígio. Além disso, são a maioria desempregada no Brasil.

Qual tem sido o trabalho da Secretaria Nacional de Políticas e Promoção da Igualdade Racial?
Promovemos um ambiente de escuta e de valorização da participação social com a incorporação das pautas baseadas nos povos étnicos negros, ciganos, quilombolas e indígenas. Temos nos debruçado sobre duas grandes pautas: o genocídio da juventude negra (70% dos jovens assassinados são negros) e o racismo institucional. Também temos trabalhado na melhoria do diagnóstico da saúde para a população negra e na capacitação técnica da população negra LGBT. Estamos trabalhando a capacitação no atendimento humanizado também dentro da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam). No crime de feminicídio, mais de 70% das vítimas são de mulheres negras.


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