Chape MPF suspeita que donos da empresa do avião que caiu com a Chapecoense são outros A tragédia aconteceu em 29 de novembro de 2016, com 71 mortos e 6 feridos

Publicado em: 14/11/2017 22:53 Atualizado em: 14/11/2017 23:13

Acidente foi o maior da história do esporte. Foto: Notícias Caracol/Reprodução (Foto: Notícias Caracol/Reprodução)
Acidente foi o maior da história do esporte. Foto: Notícias Caracol/Reprodução
A descoberta do Ministério Público Federal de Santa Catarina pode gerar uma reviravolta na questão das indenizações às famílias dos vitimados no acidente da Chapecoense, que ocorreu em 29 de novembro de 2016. Há indícios de que a empresa LaMia não pertença aos donos que constam nos registros: o piloto do avião, morto no ocorrido, e seu sócio, que está foragido. Na tragédia, 71 pessoas morreram e seis sobreviveram.

O avião se partiu em três ao cair, a apenas cinco minutos do aeroporto de Rionegro, em Medellín, na Colômbia. O resgate dos sobreviventes foi bastante difícil, já que a região da queda é montanhosa e chovia bastante. 90 pessoas participaram das buscas, que foram suspensas temporariamente após a confirmação das mortes.

De acordo com os registros, Miguel Quiroga, o piloto, e Marco Antonio Rocha, foragido, eram os donos da LaMia. Porém, os procuradores do MPF-SC acharam documentos que apontam ter havido uma participação da venezuelana Loredana Albacete, filha do ex-senador venezuelano Ricardo Albacete, dono do avião, no negócio com a Chapecoense para o fretamento do avião. No entanto, Ricardo alega ter arrendado a aeronave. Além disso, Loredana é dona da companhia que receberia o pagamento do aluguel do veículo, no valor de US$ 140 mil (R$ 459 mil).

O MPF acredita que a venezuelana possa ser realmente a dona da empresa e encaminhou o inquérito à Procuradoria Geral da República, que encaminhará também para os Ministérios Públicos da Colômbia e Bolívia. 

De acordo com o advogado representante dos familiares das vítimas, Eduardo Lemos Barbosa, Loredana e Ricardo Albacete podem ser colocados como responsáveis solidários em fortuito pedido de indenização na Justiça. Mas é preciso que a Chapecoense entre com uma ação contra eles, na chamada "ação de regresso', quando uma terceira parte é acionada para ressarcir prejuízos de alguém condenado. 

Como está o caso

Ninguém recebeu qualquer pagamento de indenização devido ao acidente. Apenas houve um pagamento do seguro obrigatório feito pela Chapecoense e o realizado em nome dos atletas e funcionários. O clube catarinense ainda poderá ser acionado na Justiça pelos familiares das vítimas. De acordo com o cálculo de Josmeyr Oliveira, advogado das vítimas, o total a ser pago pela Chapecoente é próximo dos US$ 400 milhões. Valor bem acima do patrimônio do clube, avaliado em R$ 10,1 milhões, no balanço divulgado em 2016.

A seguradora não aceitou pagar os US$ 25 milhões acordados no contrato do seguro, já que no seu entendimento, Miguel Quiroga, dono e piloto da LaMia, assumiu o risco ao voar sem ter combustível suficiente e assim colocar a vida de todos em risco. A Bisa, seguradora, se dispôs a dar US$ 200 mil para cada família dos passageiros, por "razão humanitária". Mas, para isso, eles devem desistir de processar as pessoas ligadas à LaMia. O valor não foi aceito pelos familiares. 



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