Nordeste e Norte de fora Relógios mudam em parte do país Horário de verão, que começou à 0h deste domingo e vai até 18 de fevereiro, pode ser o último a ser vivenciado pelos brasileiros

Publicado em: 15/10/2017 12:40 Atualizado em:

Sul, Sudeste e Centro-Oeste devem estar com relógios adiantados em uma hora. Renato Araujo/ABr(Arquivo)
Sul, Sudeste e Centro-Oeste devem estar com relógios adiantados em uma hora. Renato Araujo/ABr(Arquivo)
Moradores das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul já devem estar com os relógios adiantados desde a 0h de hoje. Depois de muita polêmica, o governo decidiu manter o horário de verão, apesar da constatação de que a economia com a medida é mínima: R$ 150 milhões em quatro meses. 

O horário especial é adotado, continuamente, desde 1985. O objetivo inicial, segundo o Ministério de Minas e Energia, foi conscientizar a população sobre o aproveitamento da luz natural, mas a economia para o setor diminui ano a ano. No horário de verão de 2013/2014, foram poupados R$ 405 milhões, já no de 2014/2015, R$ 278 milhões - 31% a menos. No de 2015/2016, evitou-se o desperdício de R$ 162 milhões. No verão de 2016/2017, o governo poupou R$ 159,5 milhões. A expectativa é de uma economia de R$ 150 milhões no deste ano. 

Segundo o ONS, a redução na economia de energia com o horário de verão tem a ver com uma mudança no perfil e na composição da carga elétrica no país. Se antes o que determinava o horário de pico do consumo de energia era a incidência da luz solar, hoje é a temperatura. Com isso, o pico de consumo passou a ser entre 14h e 15h e não mais entre 17h e 20h.

Maurício Tavares, coordenador do Curso de Engenharia Elétrica do IESB, afirma que cada vez mais o impacto é menor. Como o pico passou a ser no início da tarde, por volta das 15h, ele diz: “É importante destacar que estamos num momento de escassez nos reservatórios, de bandeira vermelha dois, que se economiza pouco na quantidade e mais no valor”, alega.

Segundo o coordenador da Área de Regulação do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel-UFRJ), Roberto Brandão, a mudança no perfil de consumo de energia também está relacionada ao uso de aparelhos de ar-condicionado, que costumam ser ligados nos horários mais quentes do dia; e, por outro lado, à substituição de lâmpadas incandescentes por modelos mais econômicos, o que reduz o gasto de energia com iluminação. 

Reavaliação
Em agosto, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), o ONS e o Ministério de Minas e Energia chegaram à conclusão que, por causa dessa mudança de perfil de consumo de energia, a adoção do horário de verão atualmente “traz resultados próximos à neutralidade para o consumidor brasileiro de energia elétrica, tanto em relação à economia de energia, quanto para a redução da demanda máxima do sistema”. Para o período 2017/2018, entretanto, a medida será reavaliada pelo governo. (Da redação com agências)


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