Energia Elétrica Comitê não aprova acionamento de térmicas fora da ordem de mérito Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico veta que mais usinas sejam ligadas, devido ao alto custo das outras termelétricas

Por: AE

Publicado em: 19/09/2017 21:43 Atualizado em:

Apesar da seca e do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, o governo decidiu não acionar as usinas termelétricas mais caras, cujo custo está acima do preço da energia no mercado à vista. No jargão do setor elétrico, isso significa que o governo não aprovou o despacho fora da ordem de mérito.

A decisão foi tomada após uma análise de custos e benefícios feita pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), órgão presidido pelo Ministério de Minas e Energia (MME), em reunião extraordinária realizada nesta terça-feira (19).

Com essa decisão, permanecerão desligadas as térmicas cujo custo da energia supera o preço no mercado de curto prazo (PLD). Na semana passada, o PLD estava em R$ 533,82 por megawatt-hora (MWh).

Se essas usinas fossem ligadas, as contas de luz poderiam passar a ter a cobrança do segundo patamar da bandeira vermelha, que adiciona R$ 3,50 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. Atualmente, as tarifas estão com bandeira amarela, cuja cobrança adicional é de R$ 2,00 a cada 100 kWh. O atual custo da energia sinaliza a necessidade da ação do primeiro patamar da bandeira vermelha, que acrescenta R$ 3,00 a cada 100 kWh.

Segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o governo chegou à conclusão de que o acionamento das termelétricas mais caras teria forte impacto no preço da energia, mas não seria suficiente para poupar água nos reservatórios das hidrelétricas.

De acordo com nota divulgada pelo MME, a previsão para as próximas semanas é de chuva fraca a moderada nas bacias do Sul e pouca ou nenhuma chuva no Sudeste e Centro-Oeste. Para os próximos dois meses, os reservatórios das hidrelétricas devem continuar baixos, reconhece o MME. Apesar disso, o governo reiterou que não há risco de desabastecimento, frisou o órgão.

"A partir da precificação do deslocamento hidráulico visando a adequada alocação de custos, o CMSE não recomendou a geração termelétrica fora da ordem de mérito após avaliação de custo-benefício. Ainda assim, ressaltou-se que está garantido o suprimento eletroenergético do Sistema Interligado Nacional (SIN), com previsão de aumento do custo associado à geração", diz a nota.

No lugar das térmicas mais caras, o CMSE decidiu adotar medidas alternativas, como o aumento da importação de energia da Argentina e do Uruguai e uma campanha de estímulo à economia de energia.

O governo também vai tentar viabilizar o acionamento das usinas térmicas com preço mais competitivo, como Araucária e Cuiabá, movidas a gás, e Termonorte II, a óleo combustível.



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