Distrito Federal Operação do MP mira fraudes em contratos da Secretaria de Saúde Segundo as investigações, o grupo se uniu para direcionar uma licitação da Secretaria de Saúde do DF para favorecer a Cruz Vermelha

Por: Thiago Soares

Publicado em: 22/06/2017 09:11 Atualizado em:

O ex-secretário de Saúde do DF e mais oito pessoas estão sendo investigadas pelos crimes de dispensa de licitação, uso de documento público falso, peculato e lavagem de dinheiro. Foto: Gustavo Moreno/CB
O ex-secretário de Saúde do DF e mais oito pessoas estão sendo investigadas pelos crimes de dispensa de licitação, uso de documento público falso, peculato e lavagem de dinheiro. Foto: Gustavo Moreno/CB


Ao todo, foram cumpridos nove mandados de condução coercitiva em Brasília e três de prisão preventiva (por tempo indeterminado) no Rio de Janeiro, visando apurar licitação envolvendo a Cruz Vermelha da cidade de Petrópolis (RJ), e os contratos de duas unidades de Pronto Atendimento (Upa): São Sebastião e Recanto das Emas. De acordo com o pedido de prisão preventiva, os contratos investigados foram firmados em agosto de 2009 e transcorreram até março de 2011. O dinheiro desviado chega a quase R$ 3,5 milhões. 

Além do ex-secretário de Saúde, Joaquim Barros Neto, também foram direcionados para depoimentos na Decap, o adjunto da pasta na época Fernando Antunes e quatro ex-integrantes do Conselho de Saúde do DF. No Rio de Janeiro, estão sendo cumpridos três mandados de prisão preventiva contra os dirigentes da Cruz Vermelha, Richard Strauss Cordeiro Junior, Douglas Oliveira e Tatty Ana Kroker. Eles são investigados pelos crimes de dispensa de licitação, uso de documento público falso, peculato, e lavagem de dinheiro. 
 
O autos do processo revelam, ainda, que o então secretário de Saúde do DF enviou diversas correspondências a Cruz Vermelha convidando a entidade para se cadastrar como Organizações Sociais no Distrito Federal, frisando, inclusive que as propostas de cadastramento poderiam ser recebidas a qualquer tempo.

Além disso, a investigação também constatou que um dos documentos de apresentação obrigatória para concorrer ao edital da Secretaria de Saúde para administrar as UPAs, e apresentado pelo diretor da Cruz Vermelha no Rio de Janeiro,Richard Strauss, era falso. 

O Ministério Público aponta ainda que a ex-subsecretária de Programação, Regulação, Avaliação e Controle, e o ex-secretário Adjunto de Gestão da SES-DF, Fernando Antunes , foram os responsáveis por elaborar, aprovar e divulgar o edital de chamamento público em questão e que violaram a regra da publicidade, nítido o direcionamento do certame, sonegando informações acerca do edital, tanto na imprensa oficial, quanto nos demais meios de comunicação. 


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