Falta de água Volume da barragem do Rio Descoberto baixa para 18,69% Brasília ficará sem água por 24 horas a cada seis dias

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 13/01/2017 16:14 Atualizado em: 13/01/2017 16:23

A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb)  anunciou o plano de racionamento, o primeiro da história do DF, nesta quinta. Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) anunciou o plano de racionamento, o primeiro da história do DF, nesta quinta. Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

O volume útil da Barragem do Rio Descoberto baixou 0,17% entre 7h30 e 13h30 desta sexta-feira (13). A primeira medida feita por técnicos da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) estava em 18,85%. Na segunda vez, estava em 18,69%. A Barragem de Santa Maria se manteve estável, com 41,04% nas duas medições, mas caiu em relação a tarde desta quinta-feira (12), quando trabalhava com 41,14% do volume útil.

A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb)  anunciou o plano de racionamento, o primeiro da história do DF, nesta quinta. De acordo com registros do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as chuvas prometem se intensificar. Ainda assim, meteorologistas do órgão alertam que a quantidade de água não será suficiente para amenizar os efeitos da crise hídrica.

No total, 65% da população da capital do país —  cerca de 1,8 milhão de habitantes — ficarão sem água por 24 horas a cada seis dias. O rodízio começa na próxima segunda-feira, às 8h, nas cidades de Ceilândia, Recanto das Emas e Riacho Fundo II. Ao todo, serão 15 regiões administrativas afetadas pelo racionamento — todas elas abastecidas pelo rio Descoberto. As demais, não participarão do rodízio porque são atendidas pelo sistema Santa Maria/Torto.

A expectativa da Caesb é uma economia a mais de 10% no consumo de água por conta do racionamento e, somando todas as medidas em vigor, a empresa espera 25% de redução. Não há prazo definido para o fim das restrições. O rodízio vai funcionar em um ciclo de seis dias, no qual o morador fica 24 horas sem água. Em seguida, passa dois dias com o sistema instável e mais três dias com o serviço normalizado.

Karina Bassan, engenheira química da Caesb, traz algumas dicas de como a população pode ajudar a economizar água. Confira:

Reduza o tempo de banho
Essa é uma das principais ações para economizar água. Um banho de 10 minutos, por exemplo, gasta em torno de 90 a 180 litros.

Tenha a bacia como amiga
Karina Bassan lembra que há outras formas para reduzir o uso de água corrente. “Algumas pessoas lavam frutas e verduras em uma bacia, o que é ótimo, porque se economiza muito dessa forma”, diz.

Feche sempre a torneira
Fechar a torneira na hora de escovar os dentes ou passar a bucha nos pratos e talheres também é uma boa forma de contribuir. O simples ato de mergulhar os pratos na água após o uso contribui. “Isso evita que o prato fique seco e, assim, a lavagem demore mais.

Não lave o carro
Lavar o carro com mangueira gasta até 560l de água em 30 minutos. A engenheira da Caesb destaca que, durante o racionamento, essa prática desse ser evitada. "Estamos com essas chuvas esporádicas e o carro já não vai ficar limpo por muitos dias. Então, pedimos para a comunidade colaborar nesse momento", diz Karina.

Reutilize na hora de aguar as plantas
Para regar plantas, é recomendável utilizar regador. É possível, inclusive, reaproveitar a água do ar condicionado para isso. "Dá para utilizar essa água do ar para molhar as plantas de dentro de casa, por exemplo".

Deixe a mangueira de lado
Karina lembra que, neste momento, é importante evitar o uso da mangueira. Para a limpeza da casa, ela indica somente o uso de vassoura.

Cuide da piscina
A engenheira química diz que as casas com piscina têm muito a contribuir. “É possível, por exemplo, cobri-la para evitar evaporação. È importante também tratar direitinho para evitar a necessidade de troca da água. Por menor que seja a piscina, utiliza-se muita água nesse procedimento”, adverte.

Lembre-se da "água invisível"
A especialista lembra que o consumo não é só da água que sai das torneiras e chuveiros. É preciso que os brasilienses adotem medidas que economizem água indiretamente. “Usar a mesma roupa mais de uma vez é uma dica. Também é recomendado evitar o desperdício de comida, porque assim compramos menos verduras, que também levam água na sua produção”, cita.

Acompanhe o gasto
No site da Caesb é possível verificar o histórico do consumo de água. Para acessar os dados, o usuário deve inserir o número da inscrição presente na fatura mensal. Segundo a companhia, o serviço pode auxiliar o consumo mais consciente. "Por meio da informação de quanto se gasta, é possível pensar formas de um uso mais racional. Segundo a OMS, 110 litros de água por dia é suficiente para atender as necessidades básicas de uma pessoa", esclarece, a companhia, por meio de nota. O sistema contabiliza o uso por metro cúbico (m³), que corresponde a 1.000 litros.

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